tag:blogger.com,1999:blog-57213188386655247752024-03-08T15:21:34.928+00:00Projectos de Palavras..."Um livro é o resultado de um projecto construído de palavras. Mas a vida é escrita em curtas frases e não em extensos textos. Por isso escreve uma frase em cada momento da vida e um dia o teu projecto de vida, transformar-se-á num belo livro de histórias..."CÉLIO M.A.SOAREShttp://www.blogger.com/profile/14656198048833549158noreply@blogger.comBlogger72125tag:blogger.com,1999:blog-5721318838665524775.post-59419601949293494972022-11-13T17:58:00.003+00:002022-11-14T11:15:09.733+00:00(73) Espera imensa...<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">"Mais uma noite e mais um gin, e mais uma vez, sob a luz do luar, e o encanto das estrelas, tentava escrever sobre a estrela mais bonita que já conhecera. Mas dessa vez era diferente, sentia que precisava escrever sobre esse sentimento que não se ia embora, não importava o que fazia, não importava quanto tempo passara, não importava o que acontecia, e já não sabia mais o que fazer, já não sabia mais como reagir aquele sentimento, que deveria ter-se sumido, ter-se extinguido, desaparecido. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Já tentara de tudo, tentara conhecer e relacionar-se com outras pessoas, mas por algum motivo não adiantara nada, o seu coração sempre voltava para ela e sentia que não conseguia mais viver sem o seu brilho para iluminar as suas noites mais escuras. De alguma forma, sentia que não sabia mais viver sem a ter, mesmo convencendo-se que o tempo passou, e mesmo sabendo que mudara muito, e provavelmente ela também. Por mais estranho que pareça, confortava-o saber que quem era agora nunca daria certo com ela naquela época, e provavelmente, com ela nessa época também não, e já se convencera disso, sabia isso. Então porquê? Porque não saía ela da sua mente? Porque não saía ela do seu coração? Porque não conseguia deixar de vê-la como a sua lua dourada? Porque parecia que nada fazia sentido sem ela? Às vezes a sua vontade era de simplesmente dizer dane-se para qualquer coisa e enviar-lhe este texto patético, mas sabia que não faria sentido, sabia que isso só o machucaria mais...<br /></span><span style="font-family: arial;">O frio da madrugada e a sensação fúnebre do sabor amargo do gin dançando no seu estômago eram as únicas coisas que aliviavam aquele sentimento sufocante, o silêncio da noite e o vazio nas ruas reflectiam o seu coração. Será que um dia ela irá voltar, nem que seja para perguntar como ele está? É melhor não, isso só alimentaria mais esse sentimento, que ele sabia que só o tempo podia curar. Mas quanto tempo mais será que vai precisar? Quanto tempo mais será que ele aguentará? </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Continuava a acreditar e ia esperar...no canto de sempre...</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Sorriu…a sensação de uma lágrima fria escorrendo pela face quente até ao canto da boca, misturava-se com o sabor amargo de mais um trago de gin…</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Limpou a face com as costas da mão, colocou o copo no chão da varanda. Levantou os olhos para as estrelas e respirou com dificuldade…</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">No escuro, uma luz ténue fez-se notar e simultaneamente o toque conhecido do telemóvel. Olhou de soslaio, no ecrã apenas duas letras: “NI”. Era ela…</span></div>CÉLIO M.A.SOAREShttp://www.blogger.com/profile/14656198048833549158noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5721318838665524775.post-70264179816378294992019-07-31T13:17:00.000+01:002019-11-02T12:26:31.548+00:00(72) Nova tela...<div class="p1" style="font-stretch: normal; line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span class="s1">Se te pudesse dar um conselho, dir-te-ia para tomares todos os dias a tua vida </span>como uma tela em branco. E em cada dia começa por pintares a tua nova história, usando novas cores e tonalidades a que tu tens direito.</span></div>
<div class="p1" style="-webkit-text-size-adjust: auto; font-stretch: normal; line-height: normal; text-align: justify;">
<span class="s1"><span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E nessa nova tela teres o direito de criar outros personagens, que contigo recomecem a cada dia, mesmo que sejam personagens resgatados ao passado longínquo. E em cada novo dia, pega nos teus rascunhos, passa-os a limpo, porque foram esses que te ajudaram a planear cada traço de um novo dia.</span></span></div>
<div class="p1" style="-webkit-text-size-adjust: auto; font-stretch: normal; line-height: normal; text-align: justify;">
<span class="s1"><span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Se te pudesse dar um conselho, dir-te-ia para criares nova paleta de cores, usares uma nova tela, sem medo de arriscares uma nova cor mais viva. E não apagues nada. Deixa que as cores esborratadas sinalizem o novo caminho onde redesenharás novos caminhos, novos afectos, novos abraços e nova vida...</span></span></div>
<div class="p1" style="-webkit-text-size-adjust: auto; font-stretch: normal; line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span class="s1"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">E as novas cores, usa e abusa para que se fundam com o que queres do novo dia. Para que cada tela seja uma peça de um puzzle que vais construir como um novo sopro de vida. E em cada nova pincelada tenhas a certeza </span></span><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">de que o resultado final está longe das tonalidades do passado.</span></span></div>
<div class="p1" style="-webkit-text-size-adjust: auto; font-stretch: normal; line-height: normal;">
<span class="s1"><span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Como dizia uma querida amiga:</span></span></div>
<div class="p1" style="-webkit-text-size-adjust: auto; font-stretch: normal; line-height: normal;">
<span class="s1" style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">-“</span><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">A mim pertence a tela da vida, com as cores dos meus sonhos, das minhas atitudes e das minhas expectativas.”</span></span></div>
CÉLIO M.A.SOAREShttp://www.blogger.com/profile/14656198048833549158noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5721318838665524775.post-37098668635289651262018-06-03T19:31:00.001+01:002018-06-03T19:31:36.269+01:00(71) Uns Olhos...<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Tudo olha!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Tudo é e aguarda em silenciosa espera. A espera sem julgamento, em dádiva expectante.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A expectativa do encontro onde a afinidade e o reconhecimento se realizam.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Olhos que te olham procuram os teus em toda a parte. Não as janelas com que vês o mundo, mas aqueles com que o percebes e o incorporas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Os olhos que alcançam a outra margem, a outra perspetiva, o não-óbvio, o não-dito, o mediato, o além… - a Essência!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Quando te adentras e despes o redor do seu papel efémero de aparência e frágil superficialidade, o chip fotográfico chega à lente mais dotada do teu sentir. Os sentidos fundem-se e mesclam-se como as cores de uma opala. É aí nesse instante que os olhos se olham.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Olhemos movidos pela vontade curiosa do outro que é, sem a arrogância do ego que nos habita, numa assumida presença de igual diferença. Poderemos, assim, tocar a manifestação da admiração, da surpresa e tornar possível o encantamento e o impulso de buscá-lo. Olhar para acolher é ver algo do que somos no que nos olha, seja árvore, folha, asa ou flor de giesta. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Todo o lugar é mundo. Todo o tempo, vivência. Toda a consciência, crescimento.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Assim, a viagem da vida que passa perpassa, também, a ligação a um exterior que escolhemos reconhecer como existência válida que nos afeta dentro, que percorre o labirinto das sensibilidades até onde o fôlego conseguir sorver a latência que povoa cada instante e nos procura os olhos do coração para passar a Ser, para nós, algo que não cabe numa frase começada por “teoricamente”…</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Olhemos vendo, pois, para cima, para baixo, para fora e, se fecharmos os olhos, que seja para unificar, num mesmo véu de virtude, a Vida.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Olhemos com verdadeira humildade e jamais nos sentiremos sós, pois encontraremos um número infinito de olhos que como nós, esperam nos bastidores do estarmos aqui.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Afinal, no fundo dos olhos de um gato, um Deus se expressa!</span></div>
CÉLIO M.A.SOAREShttp://www.blogger.com/profile/14656198048833549158noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5721318838665524775.post-81882104172962513862018-02-03T00:07:00.003+00:002018-02-03T00:07:58.451+00:00(70) Abraço...entrelaço...<blockquote class="tr_bq">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Foi aquele abraço...<br />No pico da saudade,<br />Com odores de canas e penedos,<br />Em corpos quentes entrelaçados,<br />Com cabelos na boca, por faces fundidas,<br />Onde o tempo voltou e parou<br />Sentem-se batidas cardíacas<br />E vapores de bocas caladas<br />Onde o tempo, no vento, esvoaçou...<br />Há memórias de afectos reprimidos<br />Reconhecidos, sentidos, amordaçados.<br />E foste quem eu sabia...<br />Soubeste quem tinhas sido...<br />E por entre os odores das canas e penedos<br />O casario abraçou-nos<br />Num abraço de caliça e pétalas caídas.<br />E a saudade fez-se presente<br />E o presente tornou-se entrelaço,<br />De laços e mãos suadas de espuma<br />Salgada, dolente, dormente...<br />E viajamos...</span></blockquote>
CÉLIO M.A.SOAREShttp://www.blogger.com/profile/14656198048833549158noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5721318838665524775.post-71731322596244344652018-01-24T13:15:00.003+00:002018-01-24T13:15:50.526+00:00(69) Ontem, pedi-te que não fosses...<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Ontem, foi tão tarde...</span><br />
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Um tempo adiado, na procura do tempo ideal.</span><br />
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Um tempo de sal...e maresia,</span><br />
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Uma noite de sol e umas mãos coladas na pele.</span><br />
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Ontem, devia ser novamente hoje...</span><br />
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Com beijos de sal e abraços de calor,</span><br />
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Que pedi e que tive.</span><br />
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Hoje, vivo no passado,</span><br />
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E volto como as gaivotas,</span><br />
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">No silêncio da pele que se toca...húmida,</span><br />
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E nos murmúrios abafados</span><br />
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Da noite com aromas de paixão.</span><br />
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Ontem, já foi tão tarde...mas foi...</span><br />
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Pedi-te que não fosses</span><br />
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Queria que viesses...</span><br />
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Num beijo que escorre pelo canto da boca</span><br />
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E uma mão que segura e aperta a vontade</span><br />
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">De ter mais...e tu voltas.</span><br />
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Em cada palavra não dita,</span><br />
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Esconde-se a vontade de ser feliz.</span><br />
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E em cada gemido sufocado,</span><br />
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Sei que estiveste lá...ontem...do meu lado,</span><br />
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E pedi-te que não fosses...</span><br />
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E voltaste sempre, até ao fim...</span>CÉLIO M.A.SOAREShttp://www.blogger.com/profile/14656198048833549158noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5721318838665524775.post-27708486229255367412017-12-05T21:25:00.000+00:002017-12-05T21:25:43.145+00:00(68) Reencontro...desencontro...<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Aquele encontro no final de uma tarde fria, em que ela o convidara para lanchar, era a confirmação de tudo que procurara durante anos e que encontrara naquela reunião um ano antes. Os seus olhos eram os mesmos...Sim...os mesmos olhos tristes que vira naquele palácio, outrora noutra vida, quando fora expulso e teve que deixar a sua Princesa...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Dias depois deste reencontro, num aperto de nostalgia, pegou num papel e escreveu: </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">"Sei que esta talvez tenha sido a última vez que te vi. Num turbilhão de emoções que me inundam a mente, sinto-me ser levado pela maré. Não quero, quero voltar a estar contigo nem que seja apenas mais uma vez. No canto do olho uma lágrima teimosa escorre-me pela face, salgada, ardente, dolente...com este papel, é como se acenasse com um lenço branco de adeus...”</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Curioso era o que ela lhe escrevera a propósito daquele reencontro: </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">“Quando estivemos juntos senti uma vontade imensa de te abraçar. Lembro-me desse pormenor mas não entendi ...realmente algo de estranho que senti...Tive medo”.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Ele respondeu-lhe: </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">“Nem imaginas como quando te vi afastares-te naquele jardim, naquela tarde fria, me apeteceu gritar: Volta...preciso contar-te a minha vida".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Passou mais um ano. Tantas horas em que lhe apeteceu voltar a vê-la...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Mas não acreditava. Mais forte: não queria acreditar. Um “Amo-te...” é como chave de prisão. Entra-se e não se sabe se algum dia se sai. Até que naquele dia a viu chegar. Com um brilhozinho nos olhos... cada um tinha feito um novo amigo. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Ao longo deste tempo foram juntos aos infernos de cada um sem soltarem a mão do outro. Brincaram virtualmente como adolescentes... e sentiram saudades da “outra vida” e até do que ainda não tinham vivido. Contaram sonhos. Contaram até os silêncios. E ele ficara muitas vezes em silêncio, quando as palavras se emaranhavam no que sentia e tinha medo que ela fugisse... </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Há um ano, tinham-se olhado nos olhos, profundamente, e sorriram. E aquela vontade de lhe agarrar a cabeça com uma mão e puxá-la para um beijo que continha todos os minutos até aí perdidos na vida... foi certeza, não foi carência. Foi entrega. Com resistência...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Quando a viu partir, interrogou-se: </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">“E agora?'...” </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Quis gritar-lhe...sufocou...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Partira, olhando uma vez mais para trás e sorriu com aqueles lábios que ele tão bem conhecia. Ela queria abraçá-lo. Ele queria abraçá-la num anel de calor e protecção, para lhe dizer: </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">“Agora, a vida recomeça. E fazemos dela o que quisermos”. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Ela sorri...afinal... existia o “tal” Amor do passado... como amoras que nascem espontâneas e adoçam o Caminho...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Ele queria ficar ali... E as horas que se lixassem... e o mundo inteiro que parasse ou corresse, era indiferente...por uma fracção de segundo olhou-a na Luz crepuscular dos candeeiros do jardim e quis murmurar-lhe o desafio que fazia parte de si: </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">“Anda...vem cá...vamos reencontrar-nos...”</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Há milénios fizera-o guardião do seu sentir total... queria dar-lho. Queria que recuperasse a memória do Amor com toque de asa. E houve um momento em que lhe apeteceu dizer-lhe: </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">“És tu que páras e me olhas nos olhos, incrédula e envolvida pelo espanto: - És tu? Não, somos nós...”</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">E o mundo recomeçou ali...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Há um ano, foi um daqueles dias que nos fazem tremer todas as certezas que acumulámos ao longo da vida... certezas que se tornam lixo... pois tudo começa ali, naquele momento, naquele olhar. Se há gesto que faz um homem render-se sem “mas”... é quando quem amamos nos puxa para ela... mão na nuca, com a firmeza do “eu quero-te”... Não aconteceu na verdade...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Amar é raro. Raríssimo. Mas quando nos abraça...tornamo-nos super heróis e tão humanos...</span></div>
CÉLIO M.A.SOAREShttp://www.blogger.com/profile/14656198048833549158noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-5721318838665524775.post-3025347962718348032017-10-25T20:56:00.004+01:002017-10-25T20:56:53.955+01:00(67) Ausência e Abstinência...<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Ela sabia o que fazer. O seu coração dizia-lhe que ele estava a passar por momentos muito duros. Momentos como os que ela já passara por ele e que foram dias de tormenta. Não hesitou. Sentou-se frente ao portátil e com as mãos trémulas pela emoção e pela saudade que ainda apertava o peito, escreveu:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">"Meu querido, </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Tens que dizer a ti próprio:“Vou desaparecer. Fazer com que sinta a minha falta”. Embora essa seja uma artimanha arriscada, é uma das únicas que pode dar certo. De vez em quando o único remédio é sair de cena para o show continuar. Aprender a ser ausência quando tudo já foi dito, cobrado, explicado. Deixar de ser insistência para ser abstinência. Controlar os próprios impulsos pode parecer simples, mas é uma das coisas mais difíceis de se conseguir. Tanta alegria lá fora e tu teimando em te fixares na pessoa que te abandonou. É preciso entenderes que enquanto perderes tempo a ver os horários em que “visualizou por último” no WhatsApp, muita vida está a acontecer lá fora e a ser deixada para trás.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">É claro que no início vai ser mais difícil. Não é de uma hora para a outra que o coração entende as mudanças de planos e estações, mas aos poucos, bem aos poucos, aprendes a fazer falta. Desaparece do mapa de quem sabe onde te encontrar e até ao momento não se importou; para quem teve todos os teus sorrisos e nunca os valorizou. Sai de cena de quem tu ouviste inúmeros “nãos” e nunca acreditou; de quem pouco se relacionou e muito se cansou. Do afecto pequeno que tanto te recusou e tu sempre aceitaste. Desaparece do mapa de quem vive com dúvidas e nunca te teve como certeza; de quem não aprendeu a remar junto contigo na tua luta e agir com gentileza. Aprende meu querido a fazer falta para quem já se habituou à tua presença e desaprendeu de sorrir quando tu te aproximavas. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Para quem se esqueceu como é boa a tua companhia e prefere refugiar-se numa vida fria, onde não tem horizontes, os horizontes que tinhas para ela. Fazer falta é segurar o impulso de procurar, vasculhar, perguntar. É conter a vontade de entender o que não dá mais para explicar ou de justificar o que não merece absolvição. Fazer falta é não ligar, não mandar mensagens, não digitar o tal endereço na barra de contactos do e-mail. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">É sair para te distraíres com os amigos, dar uma corrida no parque, respirar fundo e encontrar sentido na solidão. É rezar para o pensamento acalmar, não entrar no perfil dela do Facebook, deixar de postar as tuas próprias fotos com a intenção de seres visto à distância. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">É desistir de parecer bem, é cortar o cabelo para renovar o espírito, é ficar bem longe do telemóvel enquanto tomas um copo de cerveja ou uma taça de champanhe. É, acima de tudo, agir com esquecimento para quem te quis esquecer. Torço para que tu meu querido, consigas desaparecer. Para que, desaparecendo, ela descubra se realmente fazes falta. Para que, desaparecendo, ela descubra o quanto a tua presença é importante ou não. Desaparecer é uma estratégia arriscada, eu sei. Mas também define muita coisa mal resolvida. Também traz as respostas que buscamos e nem sempre encontramos. Nem sempre as respostas serão aquelas desejadas, mas no fim vão libertar-te para prosseguires com mais certeza, clareza… e amor próprio.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E estarei sempre aqui..."</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
CÉLIO M.A.SOAREShttp://www.blogger.com/profile/14656198048833549158noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-5721318838665524775.post-58905595470061175372017-09-08T10:58:00.001+01:002017-10-07T18:42:13.432+01:00(66) É o tempo...<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">"Descobri que o TEMPO é o melhor de todos os medicamentos. Curioso...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">O TEMPO cura a saudade, trata a decepção e até devolve a paz e a alegria de viver.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Descobri que em cada novo dia que nasce, se eu seguir as suas recomendações, perceberei que estou curado!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Descobri, que se tomar diariamente uma colher de amor proprio ao acordar, um comprimido de "não vale a pena sofrer", umas gotas de auto-confiança, um sorriso e uma mão cheia de coragem para seguir em frente, o TEMPO levará com ele tudo o que me faz mal, tudo o que for inútil para a minha vida.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Então, sugiro que procedas de igual modo com este ritual todos os dias. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Ama-te, valoriza-te...pois só tu podes mudar a tua vida e o teu futuro. Mas mesmo sendo o melhor, há feridas que dificilmente cicatrizam. É o TEMPO..."</span></div>
CÉLIO M.A.SOAREShttp://www.blogger.com/profile/14656198048833549158noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-5721318838665524775.post-59508450829949368482017-07-30T15:56:00.002+01:002017-07-30T15:56:59.633+01:00(65) Mais um regresso...<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">“Sentada na cadeira de baloiço na varanda, sentia que o silêncio lacónico dele era certamente doloroso. Era um silêncio ensurdecedor. Olhava-o com curiosidade e vontade de o tranquilizar. Mas como começar se o olhar baço e distante, entrecortado por um esgar sombrio para o copo de gin, lhe dizia que estava longe? Ultimamente era assim. Ficava horas na espreguiçadeira, como se regredisse no tempo e viajasse para outra vida lá trás, onde parecia ter deixado uma outra vida que o marcara profundamente. Mesmo assim arriscou:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Sabes, eu sei que é difícil aceitar, mas a vida precisa ser renovada. Eu tenho a certeza que a morte é a mudança que estabelece a renovação.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Levantou dolentemente o copo até aos lábios e olhou-a como se despertasse por momentos. Ela percebeu e continuou:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- A dura realidade de suportar a dor quando alguém parte, é compensada pelas muitas coisas que se modificam na estrutura mental dos que ficam e, sendo uma lei natural, ela tem coisas muito positivas, muito embora as pessoas não queiram aceitar isso.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Levou o copo aos lábios e deixou-o ficar por momentos, sem que ela parasse;</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Nada na vida é mais inútil e magoa mais do que a nossa revolta. Não temos nenhum poder sobre a vida ou a morte, porque ela é irremediável e muito menos sobre o que ficou em outra vida.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Manteve o silêncio. O inconformismo, a lamentação, a evocação reiterada do que fora outrora, a tristeza e a dor, podem alcançar a alma de quem perdeu e dificultar-lhe a adaptação na nova vida. Ele sentia a sensação da perda, a necessidade de seguir adiante, mas não conseguia devido aos pensamentos do que ficara, a sua tristeza e a sua dor. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Ela percebera o olhar triste e distante. Calou-se. Sabia que na sua mente a imagem do passado ocupava toda a sua massa encefálica e mais que isso todo o seu coração dorido. Pensava que se ele não conseguia vencer esse momento difícil, jamais conseguiria esquecer a vida que deixou lá trás. Entendia perfeitamente que ficar ali, misturando as lágrimas, sem forças para seguir adiante, tornaria “as vidas” numa simbiose que aumentaria a infelicidade de todos. Mas não se conteve perante a apatia dolente:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Pensa nisso. Por mais que estejas sofrendo a separação, se alguém ficou lá trás na outra vida, liberta-a agora. Recolhe-te a um lugar tranquilo, visualiza essa pessoa na tua frente, abraça-a, diz-lhe tudo o que teu coração sente. Fala do quanto bem lhe desejas. Despede-te dela com alegria, e quando a recordares, recorda-a feliz e refeita.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O copo estava vazio. O olhar marejado de teimosas lágrimas olhava o infinito. Na mente, as recordações da sua outra juventude onde perdera a sua razão de viver. Não era fácil explicar o que lhe ia na alma e difícil conter o muito que precisava dizer…</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Respirou fundo. Ela estava ali na sua frente silenciosa e compreensiva, tentando trazê-lo para a realidade, mas silenciosa. Sabia que ele iria reagir. Era sempre assim. Sempre que viajava no tempo e voltava ao seu palácio, às guerras, às vitórias, às derrotas, às festas reais…á sua Princesa que ficou lá…na outra vida.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Ela sabia como lidar com esses momentos. Ficar em silêncio, até que fizesse a viagem de regresso e voltasse á rotina da sua vida actual. O copo vazio rodava de mão em mão. Uma gota sonolenta de condensação caíra sobre a perna desnuda e pareceu acordá-lo. Encheu o peito de ar, olhou o céu e com voz arrastada como se tentasse libertar um peso, balbuciou: </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- A morte não é o fim. A separação, também não…é temporária. Tenho que seguir adiante e permitir-me viver em paz. Se não for nesta vida, haverá outras…</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Levou o copo aos lábios, sorveu o resto do gelo derretido, olhou-a com um leve sorriso a que ela aquiesceu. Estava de volta…”</span></div>
<div>
<br /></div>
CÉLIO M.A.SOAREShttp://www.blogger.com/profile/14656198048833549158noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5721318838665524775.post-67299832888805710982017-06-22T13:07:00.000+01:002017-06-22T13:07:35.248+01:00(64) O Mar chora...<div style="line-height: normal;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>Sei que o mar chora...</i></span></div>
<div style="line-height: normal;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>Lágrimas de quem revolteia na areia</i></span></div>
<div style="line-height: normal;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>A paz que não tem,</i></span></div>
<div style="line-height: normal;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>Os sonhos que não realiza.</i></span></div>
<div style="line-height: normal;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>Há lágrimas tuas neste mar!</i></span></div>
<div style="line-height: normal;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>Há lágrimas minhas que não viste</i></span></div>
<div style="line-height: normal;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>E na areia as pegadas</i></span></div>
<div style="line-height: normal;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>De quem quer caminhar e não tem força.</i></span></div>
<div style="line-height: normal;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>Só sei que o mar chora...</i></span></div>
<div style="line-height: normal;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>E revolteia nas rochas</i></span></div>
<div style="line-height: normal;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>O furor de tanta pancada que já deu.</i></span></div>
<div style="line-height: normal;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>E nem a carícia das gaivotas </i></span></div>
<div style="line-height: normal;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>E o calor do sol,</i></span></div>
<div style="line-height: normal;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>Acalmam o sofrimento das ondas,</i></span></div>
<div style="line-height: normal;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>A fúria das águas,</i></span></div>
<div style="line-height: normal;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>A espuma de raiva, que só o mar tem.</i></span></div>
<div style="line-height: normal;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>E volto...revolto para te deixar</i></span></div>
<div style="line-height: normal;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>No caminho que segues,</i></span></div>
<div style="line-height: normal;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>Que não medes, nem olhas,</i></span></div>
<div style="line-height: normal;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>Não avalias, nem pensas...</i></span></div>
<div style="line-height: normal;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>Apenas caminhas...</i></span></div>
<div style="line-height: normal;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>Caminha...vai acalmar o mar!</i></span></div>
<div style="line-height: normal;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>Limpa-lhe as lágrimas salgadas,</i></span></div>
<div style="line-height: normal;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>Pede-lhe acjuda para a tua dor...</i></span></div>
<div style="line-height: normal;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>Eu, por mim, sairei da praia,</i></span></div>
<div style="line-height: normal;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>Ficarei por perto,</i></span></div>
<div style="line-height: normal;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>Porque para lágrimas </i></span></div>
<div style="line-height: normal;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>Já bastam as minhas.</i></span></div>
<div style="line-height: normal;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>Vai...chora com o mar. </i></span></div>
<div style="line-height: normal;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>Talvez o reconfortes</i></span></div>
<div style="line-height: normal;">
</div>
<div style="line-height: normal;">
<span style="color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>E lhe dês PAZ...</i></span></div>
CÉLIO M.A.SOAREShttp://www.blogger.com/profile/14656198048833549158noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5721318838665524775.post-12363927164692825352017-02-03T22:32:00.000+00:002017-02-03T23:08:41.160+00:00(63) Marés...<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">"Sabia que aquela talvez fosse a última vez que a tinha visto. Num turbilhão de emoções que lhe inundavam a mente, sentia-se ser levado pela maré. Não queria, Queria voltar a estar com ela nem que fosse apenas mais uma vez. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">No canto do olho uma lágrima teimosa escorria pela face, Salgada, ardente, dolente..</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Pegou num papel. Era como se acenasse com um lenço branco de adeus e nele gravou toda a sua amargura e saudade:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">MARÉS</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">"Gravo com os pés figuras na areia,</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Na tentativa vã</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">De alcançar o fundo da solidão,</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Deixo os sonhos deslizarem pela mão</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Vou deixar o destino serenar o coração.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Espero, luto, tento em vão,</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Do céu, nada vem, nada cai!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Efémero capricho é este vivido!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Afogo os meus temores, a alegria se vai</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Azedo desacerto este, que me faz sentir perdido!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Apagaram-se os riscos, o mar os levou,</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">A cada respiração, a cada arfar do peito</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Ouço o bater do coração descompassado, que o tempo parece quase parou.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">E é nesta minha luta de viver, sem jeito,</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Onde o mar e os sonhos, </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">são o meu castelo altivo,</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Que, ergo a muralha, à maré em que vivo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">A onda espraia-se, </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">E o meu pensamento leva e traz</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">E é neste tão doloroso penar, </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Onde fica o meu sossego!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Que, a esperança não morre, é de paz.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">E volto de novo à vida, á força e ao apego.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Levarei avante, meu caminho até ao fim!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Com os pés na areia, gravo novas figuras,</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">E se a maré as levar, </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Não me levará a mim.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Ficarei só, esgravatando a areia,</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Desenhando a vida, novos caminhos,</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">E do alto do meu castelo, na ameia,</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Esperarei sereno, novos carinhos."</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: right;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">31-Jan-2017</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Limpou uma última lágrima, não leu novamente para não filtrar as emoções, dobrou em quatro e guardou no bolso interior do casaco.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">_ "Acho que é tudo ou nada" - lamentou em silêncio - "Talvez ela goste..."</span></div>
<br />CÉLIO M.A.SOAREShttp://www.blogger.com/profile/14656198048833549158noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5721318838665524775.post-17440586298825895472016-03-26T01:45:00.000+00:002017-02-03T23:09:11.896+00:00(62) Distâncias Insuportáveis...<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">"Sexta-feira Santa...sem planos, procuro o lugar de sempre, a esplanada de sempre, aquele mar que nunca é o mesmo e as gaivotas que apenas parecem as mesmas. Tento enlevar-me no silêncio do seu voo deslizante, para tentar fugir ao bulicio das pessoas que procuram desenfreadamente um lugar ao sol, mas esse silêncio é uma utopia. Nunca fui de multidões e muito menos irrequietas. Evito marasmos e cultivo a tranquilidade, a paciência sempre foi uma arma e a ansiedade uma coisa irreal. Sei onde estás, nào sei onde estou, e consigo imaginar um sorriso que não vejo porque o passado é algo que lembro quando necessário, mas o presente é o meu foco e o futuro é certamente o meu caminho que desconheço. Sempre tive a certeza de que viver é uma tarefa, e deixar de exercê-la é perda de tempo. Então eu simplesmente vivo...um dia após o outro, um passo de cada vez, porque há distâncias insuportáveis..."</span></div>
CÉLIO M.A.SOAREShttp://www.blogger.com/profile/14656198048833549158noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5721318838665524775.post-68009594412324133052015-03-02T14:12:00.000+00:002017-02-03T23:10:28.974+00:00(61) Atitude Positiva...<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">“Naquele olhar que sorria, residia o segredo. Não fugia nunca dos seus problemas nem se desesperava. Encarava-os de frente com coragem e determinação, porque sabia que se não os resolvesse no próprio dia, certamente teria que fazê-lo no dia seguinte porque eles continuariam a existir enquanto não fossem resolvidos, prolongando a sua impaciência.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Sabia bem que era preciso ter vontade de viver com determinação... </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">A vida sempre lhe impôs mudanças, e não existiam problemas sem solução! Acreditava que por mais difícil que tudo parecesse, o segredo era ir buscar e aceitar os desafios com sabedoria e resignação, pois por incrível que parecesse, esses problemas incentivavam-na a lutar por aquilo que até agora, permanecia estático e adormecido por medos... Pensava: “sou capaz de afugentar medos, e com certa generosidade, consigo vencer todas as situações difíceis que fazem parte do meu percurso existencial. Sim, tenho a certeza que sobreviverei a todas as quedas!”</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Determinação, coragem e auto confiança, sempre foram fatores decisivos para o sucesso que sempre desejou e pelos quais lutava dia a dia. Mas havia momentos em que a terrível “mente” lhe ditava condutas e regras que sabia que não podia infringir, mesmo que isso significasse não atingir o seu objectivo, esquecendo-se de como a sua “mente” podia de facto “mentir-lhe”…</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">A verdade é que para ela havia uma certeza: “Se estamos possuídos por uma inabalável determinação certamente que iremos conseguir superá-los.”</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Mas a verdade mais profunda que ainda não percebera é que, independentemente das circunstâncias, ser sempre humilde, recatada e despida de orgulho, poderia não chegar. Era preciso ousar, ultrapassar limites da “mente” e dar aquele passo que a “mente” condena, mas que o coração dita…</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Não poderia esquecer-se nunca, que uma atitude decidida era aquela que a impulsionaria a agir com determinação. Era a que a levaria a pedir a demissão do emprego e a ir à luta, porque descobrira que era preciso trabalhar com amor e dar o seu melhor naquilo que fazia. Era a que a fazia jogar fora o maço de cigarros e resolver que não iria mais fumar. Era a que a fazia terminar aquele relacionamento que não estava a funcionar mas que aceitava como válido porque a “mente” que nos mente, lhe dizia que era o mais sensato porque havia compromissos que deveriam ser cumpridos mesmo que pudessem ferir os seus mais profundos anseios. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Nunca poderia esquecer-se, que a ATITUDE, é aquele passo bem pequenino, que aumentaria o seu poder sobre si mesma e a ajudava a escolher as experiências que queria ter. Porque essa “atitude” fazia-a olhar para dentro de si mesma a fim de que pudesse verificar se se estava a mover em direção às suas metas ou se, descuidada, estava a afastar-se delas sem perceber, porque apenas ouvia a sua “mente”. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">E nesse olhar assustado de menina-mulher, doce e meigo, com um sorriso lindo sempre presente, ela sabia que uma atitude decidida exigia liberdade, confiança, a habilidade de mudar sempre que necessário, porque mais importante do que acertar, sabia que era assumir o poder da escolha e decidir o que lhe parecia melhor e dar aquele passo, mesmo que tivesse que o dar sozinha e por isso ser condenada pela “mente”, mas exaltada pelo coração, porque o conseguiu dar, sem hesitações ou auto-condenações comportamentais. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Uma atitude decidida deixa para trás cargas emocionais e não permite que frustrações passadas atrapalhem o presente. Ela tinha a consciência de que a vida acontece aqui e agora e de que é preciso que seja ela o agente da própria história. Quando optamos por ser quem somos e assumimos a responsabilidade pelas nossas escolhas sem medo da crítica ou de julgamentos, descobrimos a magia da ATITUDE DECIDIDA, porque é aquela que nos leva à vitória. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Vai chegar um dia em que não irá aguentar mais a saudade das coisas que queria fazer e não fez, porque a “mente” lhe mentiu, e ela transbordará pelos seus olhos. E nessa altura, não saberá o que fazer com os seus dias que irão parecer tão compridos, nem como cessar os seus pensamentos quando a noite chegar. Será como estar sozinha, sem estar…" </span></div>
<div>
<br /></div>
CÉLIO M.A.SOAREShttp://www.blogger.com/profile/14656198048833549158noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5721318838665524775.post-30178511543662604502015-02-09T23:16:00.000+00:002017-02-03T23:10:43.653+00:00(60) Decidida…imperturbável<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">“Não ligo que me olhem da cabeça aos pés...porque nunca farão a minha cabeça e nunca chegarão aos meus pés”</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">(Bob Marley)</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">“Este era para ele o segredo das vencedoras. Daquelas que sentem os olhares que despem e permanecem imperturbáveis porque sabem que na sua cabeça tudo está compartimentado e nela apenas penetravam os ideais que ela definira como essenciais para a sua caminhada, rumo a um êxito que ambicionava.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">A verdade, é que mesmo que o tempo e a vida lhe tenham pregado dolorosas partidas, bem patentes nas esporádicas manchas de tristeza no olhar e naquelas teimosas lágrimas, que o passado deixou vincadas e que por vezes tentavam abrir caminho, aquele sorriso não se desvanecia</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">E era </span><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">n</span><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">esta certeza absoluta de que o caminho estava </span><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">traçado, que se sentia </span><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">a segurança de quem caminhava </span><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">com os seus próprios pés, indiferente aos que tropegamente se afoitava</span><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">m em tentar desviá-la do seu rumo. Como se gostasse de agradecer pelas inúmeras vezes que a olhava</span><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">m, as mesmas inúmeras vezes que ignorara </span><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">esses olhares, porque mais do que sentir esses olhares, evocava </span><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">a sua capacidade de se olhar devagar, já que nessa vida muita gente a olhara </span><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">depressa demais</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Fora Pontual, como sempre. Era uma característica inata. Sentada num frente a frente de troca de ideias e de factos da vida, resplandecia por trás da cor negra que integralmente vestia, numa apologia á classe que evidenciava em cada gesto, em cada sorriso, em cada palavra proferida e criteriosamente pensada. Não terá sido por acaso, pois o negro transmite introspecção, favorece a auto-análise e significa também dignidade, poder, sobriedade, hombridade, elegância. Tudo o que aquele olhar que sorria, conseguia transmitir, numa longa conversa de horas…</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">A sua organização mental reflectida no seu dia-a-dia, estava ali bem patente, imponente mas sóbria, protegida por aquela indumentária negra, sentada numa pose principesca pronta a escutar e a planear o futuro. No olhar a certeza de que o caminho obriga a ir à luta e em cada palavra escutada renascia um novo sonho, uma nova esperança, um novo plano. Pois sempre há coisas boas para pensar. Algumas realizar-se-ão…”</span></div>
<div>
<br /></div>
CÉLIO M.A.SOAREShttp://www.blogger.com/profile/14656198048833549158noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5721318838665524775.post-63640270658293065992015-01-19T10:30:00.000+00:002017-02-03T23:10:56.826+00:00(59) Olhos que sorriem...<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">“Eu gosto de olhos que sorriem, de gestos que se desculpam, de toques que sabem conversar e de silêncios que se declaram.”</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">(Machado de Assis)</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">"Sempre pensara assim, mas muito mais intensamente no dia em que viu aqueles olhos que sorriam, enquanto na face mantinha uma postura profissional e de rara competência. E naquele olhar, podiam ver-se inevitavelmente derrotas temporárias, de formas diferentes, nas ocasiões mais diversas. E em cada adversidade trazia consigo a semente de um benefício equivalente. Ainda não encontrara ninguém bem-sucedido na vida que não houvesse antes sofrido derrotas temporárias. Sempre que uma pessoa supera os reveses, torna-se mental e espiritualmente mais forte... É assim que aprendemos o que devemos à grande lição da adversidade. Mas aqueles olhos eram diferentes…não, ele achava que não eram os olhos, mas sim o olhar sincero, honesto, com um brilho de luta inigualável. E o sorriso lá estava…mesmo que os lábios apenas cumprissem o dever profissional de pronunciar palavras simpáticas com um tom sublime de quem sabe as palavras de cor para atender todos, com a mesma simpatia cativante, mas profissional.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">E ele absorto, contemplava este cenário com os olhos de quem avalia atitudes, comportamentos, gestos, sinais eloquentes de uma verdadeira profissional. E cada vez que ela levantava a cortina dos seus olhos, era como se contemplasse a maravilha do amanhecer, porque o sorriso estava lá e era verdadeiro…</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">A vida é a soma das nossas escolhas. E a maioria delas não é feita por nós. Aqueles olhos não escolheram sorrir, apenas sorriam com aquele brilho cristalino, porque o coração escolhera ser benevolente e autêntico nas suas atitudes. E por momentos ele percebeu como é único conseguir sorrir com os problemas, reunir forças na angústia, e ganhar coragem na reflexão.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Ela sorria... Mas não se escondia atrás desse sorriso...Mostrava o que era, sem medo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Existem pessoas que sonham com o sorriso...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Ele precisava dizer-lhe:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">- “Mantenha esse sorriso.”</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
CÉLIO M.A.SOAREShttp://www.blogger.com/profile/14656198048833549158noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5721318838665524775.post-85091624435705014152014-11-01T00:25:00.002+00:002017-02-03T23:11:11.177+00:00(58) Faltam palavras...<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">“Naquele momento, ele sabia que lhe estava a escrever para quebrar a solidão dos seus dias sonolentos e de certo modo para espantar a solidão das noites, abraçado naquele mar que se espraiava pelo areal. Sentado naquela esplanada escrevia-lhe na busca da explicação do porquê daquela onda distante que agitava a alma, como um poema onde a rima era o caos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Escrevia-lhe porque do papel irradiava a luz que iluminava a sua alma, e dava-lhe a companhia que naquela distância procurava, embora escrevesse por instinto e não por mágoa. Escrevia-lhe pelo sabor do vento, que tinha o gosto do seu rosto quando lhe tocava. Mesmo em silêncio, ia desenhando aquele sorriso que sabia de cor, como se ainda entendesse os inventados gestos e carinhos, que pareciam reais nos sonhos das noites em que não conseguia dormir, e, mesmo sabendo que se perdia na imensidão dos sonhos, ele escrevia-lhe, com todas as fantasias que conhecia, procurando em cada palavra aquelas ausências e ansiedades, que sempre tivera.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Sonolento, abriu os seus braços para o mar, enquanto sentia os seus pés afundarem-se na areia molhada...o imenso mar azul estava à sua frente e nele se reflectiam gotas douradas pelo sol e areia.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Pensava nela naquele momento e agradecia aqueles beijos húmidos da maresia, do abraço apertado daquelas rochas que o protegiam do vento e da íntima conversa silenciosa dos olhos...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Caminhava agora com passos perdidos na areia molhada que resfriava a sua alma e a sua vida, marcada pela paisagem...pela face uma lágrima serena escorria, dando profundidade a um secreto sorriso...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">O vento já passara na tarde que se fazia outono e onde se desvaneciam alguns sonhos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Parou. Sentou-se de novo, agora numa rocha lapidada pelo fulgor das ondas e retomou a escrita. Mudou a história, o tema da poesia, o drama da história que queria contar...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Envelhecera. No rosto e no corpo as marcas rudes do tempo e a réstia de orvalho que esbranquiçara os parcos cabelos. Outra vez soltava as palavras no papel com desvarios das horas na praia...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Levantou-se, endireitou as costas e decidiu continuar com o seu passeio na areia molhada, na tentativa de limpar da memória os seus passos e deixar as ondas para trás, seguindo uma direcção sem destino. Além da estrada, além do tempo, hoje decididamente não era dia para lhe escrever..."</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
CÉLIO M.A.SOAREShttp://www.blogger.com/profile/14656198048833549158noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5721318838665524775.post-84104548524362996252014-05-27T19:59:00.000+01:002017-02-03T23:11:24.606+00:00(57) Mente confusa... <div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">“Tentava sorrir com um ar forçado de compaixão a fim de jamais ferir aquele sorriso inconfundível. Muitas vezes não conseguira isso. Tentava segurar-se enquanto olhava os seus olhos que mesmo sem poderem falar uma só palavra, diziam tudo, toda a verdade omitida pela fala. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Será que todos pensavam que tinha as mesmas preocupações fúteis de uma sociedade falida? Pensava no indiferente, no acabado, no que faria, no que deixara de falar e no que gostaria de ter feito. Ofensas vindas de todo o lado que hoje o divertiam. Ligava, ligou, já não ligava…e não ligaria nunca mais. Quem se importaria? O que lhe importava? Importava tentar seguir em frente. A sua auto-destruição era a sua única luta, porque nunca jogava para perder. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Nunca foi o que sonhara. Nunca sonhara o que queria. Nunca fora bafejado por uma felicidade duradoura e verdadeira. Mas acreditava que nunca fizera questão de tentar. Mas uma certeza ele tinha, sempre tentou ter tudo o que nunca tivera. Pensou nos mais pequenos detalhes que não deram certo, os que agora estavam a dar certo e os que, futuramente, darão e não darão certo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Gostava de coisas simples. Um sofá, uma televisão, uns papéis onde rabiscava umas frases e lia palavras bonitas. Gostava de pensar e realizar, querer e poder, sentir que era o que não era, para se satisfazer e realizar, escutar o que expressasse o que estava dentro de si, fazendo o que tinha vontade, escrevendo o que sentia por ela, sendo quem as pessoas não podem deixar pra trás, e acima de tudo amá-la infinitamente. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Reciprocidade de sentimentos bonitos. Olhava a lua, pensava e transmitia, ria, fazia rir, enquanto ia sentindo uma brisa de felicidade, ouvia uma música agitada e saía a dançar…ouvia agora uma música linda e chorava…ao lado dela.”</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
CÉLIO M.A.SOAREShttp://www.blogger.com/profile/14656198048833549158noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5721318838665524775.post-9600626195961620692014-05-07T13:02:00.001+01:002017-02-03T23:11:37.253+00:00(56) Carta de "Mensário"...<div style="text-align: justify;">
Acordara meio trôpego de sono. Sabia que a seu lado o lugar estava vazio e frio, porque há muito já o calor dela se fora, mas sentia ainda o seu perfume que embora já ténue o fazia recordar cada momento porque passaram. A recordação de um passado que viveram sem saber e de um tempo sem medida que o fazia voltar atrás e contar cada mês que já passou.</div>
<div style="text-align: justify;">
Levantou-se decidido e sem deixar que a memória o atraiçoasse, foi colocando no papel as sensações que aquela manhã lhe trazia. E escreveu: </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
"Faz hoje mais um mês que iniciamos uma caminhada. Se por um lado parece tanto tempo, por outro parece que foi ontem, de tão agradável que é estar na tua companhia. Lembras-te? Aposto que sim! Afinal, quem poderia não se lembrar daquele nosso primeiro dia, quem seria doido para se esquecer de marcar para sempre na memória aquela data tão especial, em que tudo aconteceu de uma forma tão bonita! Nós não nos encontramos por acaso, não nos conhecemos e começamos a namorar sem saber o porquê. Um abraço, um calor e umas memórias que vinham do passado, que não sabemos de onde nem de há quanto tempo. Hoje recordo aquele dia e os primeiros instantes que trocamos olhares e palavras. De repente o interesse mútuo, os prazeres em comum… Digo que sou muito feliz por te ter encontrado e por estarmos juntos em mais um “mensário” nesta caminhada do tempo e do amor. Sei que estamos a construir o futuro e sei que somos apenas a continuação do passado que vivemos juntos e que o destino separou…sei apenas que quero estar contigo, e que em ti revejo o meu e o nosso futuro, mesmo nos momentos em que a vida nos sufoca e apenas queremos silêncio. Sei que nem sempre os momentos são vividos como deveriam…mas a vida é mesmo isto, uma carreira de obstáculos que testam a nossa capacidade de amar e de se entregar. Ficar calado num canto não significa “não estar”, apenas significa que a tua presença é importante porque me aquece o coração dorido e acalma a minha cabeça em profundo maremoto de tantas coisas que a ocupam…</div>
<div style="text-align: justify;">
Hoje ao acordar, abri os olhos e pensei “estou com ela”. Nunca tinha parado para pensar sobre o quanto isso importa: estar…</div>
<div style="text-align: justify;">
É no presente, meu Deus! E espero que se estenda até o futuro. Mesmo que, de vez em quando, nos cansemos de correr, cansemos de tentar e cansemos de nos importar, nós nunca nos cansaremos de “estar”... </div>
<div style="text-align: justify;">
Tem um fantástico dia e nunca te esqueças que TE AMO MUITO.</div>
<div style="text-align: justify;">
Um beijo doce com saudade."</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Dobrou a carta, meteu-a num envelope e deixou-a sobre a mesa. Talvez ela voltasse e a visse...e da leitura percebesse que em cada minuto de vida ela continua a ser o seu motivo de vida.</div>
<br />
<div>
<br /></div>
CÉLIO M.A.SOAREShttp://www.blogger.com/profile/14656198048833549158noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5721318838665524775.post-21854217031584330742013-08-21T22:24:00.004+01:002017-02-03T23:11:48.418+00:00(55) Distâncias Insuportáveis...<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">“Naquele instante lembrava-se dela. Aquela doce imagem de uma mulher bela e inocente cuja face não saía do seu pensamento. O seu coração no mais puro e silencioso momento ficava a sofrer, a sentir a imensa tortura que é a saudade. Este sentimento de desejo e encanto que o feria a cada instante de ausência. Belos e macios eram os seus lábios que persistiam no infinito dos seus sonhos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Que falta lhe fazia o tocar do seu corpo, os seus carinhos, aquele olhar fascinante em que era eterna a chama do seu amor. A sua boca não encontraria palavras, nem um verso ou uma simples poesia poderia descrever a grande emoção. Os seus olhos ficariam em lágrimas quando dos seus lábios ela ouviria que além da morte o seu amor viveria, e num ultimo suspiro pediria um beijo e lhe diria que o seu amor poderia não ser imortal, mas que seria infinito enquanto durasse.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Mais uma vez debruçou-se sobre a face de um singelo papel, para com simples palavras escrever um pouco das suas histórias. É naqueles momentos que o silêncio toma conta do seu ser, e de repente, não mais que de repente faz uma resenha de tudo que juntos já passaram. Lembra-se do primeiro beijo, da sua melodia, momentos vividos em tantos lugares... Como era bom sentir o suave perfume do seu corpo, e saciar-se dos seus lábios insaciáveis e poder tocar a sua face. O seu cheiro no seu corpo revelava-lhe sentimentos de desejos infinitos. A cada dia a brisa matutina afagava-lhe os cabelos escassos como se fossem as suas mãos, e assim nesta dança de encanto, recordava-se dos seus cabelos, sempre ali, dando pequenas pausas, fazendo com que cada instante vivido fossem maravilhosos momentos. Bom mesmo era saber que tudo o que sentia por ela, era como a fênix que renasce das suas próprias cinzas. E era ai que percebia que o seu amor estava cada vez mais forte, e que podia ser visto a cada dia, nas infinitas chamas dos seus olhares... Ali se encontrava com o coração a pulsar, terminando um verso inacabável, e no pensamento apenas saudades dela…</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">-“Há distâncias insuportáveis…” </span></div>
<div>
<br /></div>
CÉLIO M.A.SOAREShttp://www.blogger.com/profile/14656198048833549158noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5721318838665524775.post-77524296737775507472013-03-08T12:01:00.000+00:002017-02-03T23:11:59.644+00:00(54) Dia da Mulher...<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
</div>
<div align="center" class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">BREVEMENTE NOS CINEMAS: </span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">“Dia Internacional da MULHER – A Grande
Hipocrisia”<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Nunca vi nada mais preconceituoso do que existir um
dia especial para homenagear as MULHERES.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Sei que a data nasceu para homenagear as MULHERES
que morreram queimadas numa fábrica de tecidos em Nova York, em 1857, quando entraram
em greve ocupando a fábrica, para reivindicarem a redução de um horário de mais
de 16 horas por dia para 10 horas. Estas operárias, foram fechadas na fábrica
onde, entretanto, se declarara um incêndio, e cerca de 130 MULHERES morreram
queimadas.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Se a nossa sociedade tipicamente machista, reserva
um dia no ano para comemorar e reflectir sobre o papel da MULHER na nossa
sociedade, de alguma forma, significa que em todos os outros dias do ano, essa
discussão é esquecida.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Poderíamos reflectir de uma outra forma: “Se existe
um DIA DA MULHER, poderemos concluir que muitas MULHERES ainda não conseguiram
conquistar os direitos fundamentais. Significa que as MULHERES, assim como os
Negros, ainda são minorias (não em quantidade, mas em acesso aos seus direitos
fundamentais).”</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">O Dia Internacional das MULHERES esconde algo
fundamental: “Esconde os milhares de MULHERES que sofrem; esconde as MULHERES
que são excluídas de direitos mínimos em regimes ditatoriais como os que estão a
ser “derrubados” no Médio Oriente. Este dia escamoteia a vida dura que muitas MULHERES/MÃES
têm; esconde a história de MULHERES anarquistas que dedicaram as suas vidas por
uma causa…”<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">A comemoração do Dia Internacional das MULHERES
esconde por fim, a realidade nua e crua de que o planeta é ainda, não obstante
as conquistas da MULHER, totalmente machista. A grande maioria dos que decidem
o rumo do mundo, infelizmente, ainda são homens.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Ficarei feliz no dia que não precisarmos mais
comemorar o Dia do Pai, o Dia da Mãe, o Dia do Trabalhador, o Dia dos Namorados
ou o Dia das MULHERES. Não porque deixou de ser rentável para o Comércio, mas “APENAS”
pelo facto de passarem a ser comemorados TODOS OS DIAS.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Vivam as MULHERES de verdade, que lutam pelos seus
sonhos e combatem essa ideia ridícula de que a MULHER é propriedade... As MULHERES
não precisam de um dia, elas precisam de amor e respeito…todos os dias. Data
especial é coisa de minorias…em vias de extinção.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Esta é a minha opinião…aceito que possa estar
errado !</span></div>
<br />CÉLIO M.A.SOAREShttp://www.blogger.com/profile/14656198048833549158noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5721318838665524775.post-29997450602141011512013-02-28T15:27:00.001+00:002017-02-03T23:12:14.607+00:00(53) O primeiro dia...<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">“Ondulavam os corpos a cada curva da estrada e de soslaio olhavam-se com aquele ar cúmplice de quem está ansioso por chegar onde ninguém os conheça. Projectos, imensos projectos e a vontade de esquecerem o que ficou para trás. No peito aquele aperto que só as crianças sentem quando estão prestes a receber aquele presente que há tanto tempo esperam. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Ele, sabia que a ansiedade dela não era menor que a sua e carinhosamente ia deixando deslizar a sua mão direita, até tocar ao de leve a perna dela, como se quisesse que ela prestasse atenção a mais um projecto que lhe ia na alma ou para mais um sonho que adiava há muito. Lá fora do carro a temperatura era agreste, própria do inicio de um mês de Março com sol envergonhado e tépido, mas dentro a temperatura há muito se fizera Agosto e as palavras cozinhavam-se lentamente para serem saboreadas em gostoso repasto de sonhos e vontades.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Agora já faltava pouco. Serpenteando atentamente por ruas estreitas e olhando minuciosamente cada cruzamento, tentava descobrir o restaurante onde a queria levar. Lá estava…em frente a estrada principal onde viajantes domingueiros circulavam lentamente aproveitando o sol em silêncio. O mar em fundo, contorcia-se em movimentos incessantes saboreando também ele os raios solarengos…</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Agora comodamente sentados e alheios aos demais comensais, os olhares unidireccionais foram criando a certeza de que aquele era o dia e que aquela história seria escrita letra por letra, como as imensas dunas ali em frente, se compunham de minúsculos grãos de areia...e as mais belas canções que ouviram na viagem se compunham por pequenas notas... </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">O almoço fora longo, mas o tempo agora não fazia sentido.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">-“Para se viver de verdade, não é necessário fazer ou passar por grandes feitos, espectáculos ou grandes demonstrações. A vida é feita dos pequenos gestos, das pequenas atitudes. Um olhar, um sorriso, um abraço ou uma palavra, podem fazer toda a diferença” – a medo, tentava que ela entendesse que ele esperava um desses gestos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Ela sorriu. Manteve sempre a sua pose altiva e sempre alinhada. Com a mão direita dava inicio ao seu ritual nervoso de enrolar uma pequena madeixa de cabelo, sem nunca perder o brilho do olhar e o sorriso que deixava a descoberto aqueles dentes alinhados e brancos. Parecia que de repente encontrara o seu lugar, sem lembranças, nem cicatrizes de guerra e precisava seguir adiante, na conquista de tesouros secretos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">-“É…são pequenos gestos que me fazem neste momento viajar, porque te tenho para compartilhar o pôr-do-sol ou uma noite sentados junto ao mar e poder fazer uma paragem na viagem para adormecer iluminada pelo luar” – sorriu, num misto de provocação e vontade de abandonar a mochila de lembranças que até há pouco a torturavam.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Para ele, este cenário idílico, fazia-o sonhar com o desejo de deixar de ser nómada e finalmente poder descansar e compartilhar os sonhos, as estrelas e beber um chá de lua cheia, de forma a apenas escutar um só ritmo cardíaco.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Agora, já no passadiço das dunas, com a aragem do Norte a fazer-se sentir, olhavam-se e sorriam sem pudor. Depois de tantas despedidas, sentiam que ambos tinham vindo para ficar e nas tardes de Inverno, num abraço, ficarem mais fortes para segurarem a árvore da vida. E cada rosto com que se cruzavam, lhes parecia familiar, inquisitório e condenatório e isso impedia-os de darem as mãos…caminhavam lado a lado, a uma distância de segurança porque os medos e preconceitos, esses não se evaporam com um sol tão envergonhado, nem congelam com temperatura tão amena…talvez um dia.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Este era apenas o primeiro…”</span></div>
CÉLIO M.A.SOAREShttp://www.blogger.com/profile/14656198048833549158noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5721318838665524775.post-73610588531989614292013-01-23T17:47:00.000+00:002017-02-03T23:12:26.224+00:00(52) A Escarpa...<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; text-align: justify;"><span style="color: white;">"A seu lado, ela caminhava silenciosa, esboçando um misterioso sorriso enquanto desciam a custo a escarpa que dava acesso à praia. Curioso olhava a forma ágil como ela evitava os obstáculos da escarpa, do alto dos seus sapatos de salto generoso. Pretendiam assistir de perto aquele concerto instrumental, do marulhar das águas ainda sonâmbulas. </span></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">A sinfonia das ondas chegava aos seus ouvidos como um sopro de liberdade. As ondas penetravam a areia e depois voltavam para o mesmo lugar, placidamente. Sentia-se parte das notas daquela sinfonia, esquecendo qualquer dor, qualquer saudade, qualquer amor...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Chegaram. Ela poisou os delicados pés na fina areia da praia; os sapatos vermelhos, com aquela rosa sobre o peito do pé ondulavam na sua mão, ao lado da sua sombra esculpida pelo sol ainda meio encoberto e desenhada na areia. Resolveram sentar-se para sentirem um maior contato com a Terra. Os finos e longos cabelos dela dançavam numa bela desarmonia, seguindo a vontade do vento. O sol tentava soltar-se das amarras das nuvens teimosas e os seus raios entrelaçavam-se nos cabelos rebeldes.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Silenciosamente olhava-a. Abriu os braços para o mar, sentiu os pés afundarem-se na areia molhada...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Um vastíssimo mar azul estava à sua frente.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Menina irrequieta, levantou-se e sulcando a areia ainda húmida da praia, percorreu silenciosamente aquele espaço que os separava da linha de água, onde as ondas se fragmentavam e as espumas chocavam com os rosados e frágeis dedos dos seus pequenos pés. Tudo era paz de espírito…</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">O vai e vem das ondas ia atirando pequenas conchas na areia. Sentia-se conquistado pela sua beleza. Uma conchinha porém chamava a sua atenção. Assustadoramente carismática e encantadora, despertava nele o desejo de levá-la para a mesinha da sua vida e fazê-lo sonhar, desejar, viver intensamente e acreditar como a imensidão do mar.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Deitados agora na areia, estrategicamente separados por uma distância de segurança, pensavam nas coisas que a vida em vão os fazia perder. Pensamentos que voavam e os levava ao infindo sem causa e mundos quiméricos. Pequenas viagens supersónicas ao centro do subconsciente em busca da razão da sua existência.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Silenciosamente sorria. E bastou uma palavra dela, para que ele deslizasse sobre a areia e repousasse a cabeça sobre o seu abdómen, enquanto de olhos fechados, sentia a sua respiração ofegante e a sua pele quente…</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">E perdidos na memória dos seus passos, foram deixando as ondas para trás. Ainda tinham que subir aquela escarpa…"</span></div>
<br />CÉLIO M.A.SOAREShttp://www.blogger.com/profile/14656198048833549158noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5721318838665524775.post-16666898352742667032012-01-31T22:38:00.000+00:002017-02-03T23:12:41.073+00:00(51) Solitárias decisões...<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">“Sentia-se impotente ante a perspetiva das decisões que se avizinhavam e que para ele, faziam toda a diferença para a prossecução dos seus amplos objetivos há muito traçados. A verdade é que tinha que decidir e mais que isso, tinha que decidir sozinho. Sentado, com as mãos suportando o seu rosto, olhava a paleta de cores das chamas na lareira e o crepitar do fogo.</span></div>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">- Há circunstâncias na vida em que temos que abrir mão de muito daquilo que fazia sentido, das nossas verdades, do que considerávamos como sendo os nossos valores mais sublimes e os nossos anseios mais legítimos – tentava colocar ordem nas suas ideias. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">A verdade é que ele próprio constatava que esses valores se tornaram inúteis para o seu crescimento. Sentia que apesar de tão próximos já faziam parte do passado e a vida, não se delonga olhando para trás, antes, progride, em busca de novos eventos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">- Há momentos na vida que todas as traves mestras que afiançavam a nossa sustentação se demolem e a casa cai, independente da nossa implícita repulsa ou rejeição – afagou o rosto lentamente e com o seu dedo indicador, aproveitou para secar uma gotícula que se esvaía pelo canto do olho esquerdo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Naquele momento sentia que a luminosidade da lareira não era suficiente para iluminar o seu caminho, pois até ele próprio continuava sem saber para onde ir e nada surgia que o conseguisse alegrar, motivar ou deslumbrar e, em compasso de espera, ia assistindo á segmentação das suas estruturas, agora metamorfoseadas em quimeras. Naqueles intempestivos momentos que têm o tempo de uma eternidade, ele sabia que ninguém poderia fazer nada por ele. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">- Estou definitivamente vazio e só, tendo que assumir o peso das minhas decisões – lamentou-se!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">No meio deste torpor mental, tentava esmiuçar o que restara dos seus ideais e valores, enquanto remexia nos destroços na tentativa vã de desenterrar algo que ainda não tivesse morrido. E nesta ténue e frágil esperança, procurava uma pequena fagulha de esperança, esperando uma mudança do destino, que o surpreendesse com novas alegrias e com tantos outros destemperos.”</span></div>
CÉLIO M.A.SOAREShttp://www.blogger.com/profile/14656198048833549158noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5721318838665524775.post-43224303619831762812011-10-29T16:43:00.000+01:002017-02-03T23:12:57.234+00:00(50) Noite de reflexão...<div style="text-align: justify;">
<i><span class="Apple-style-span" style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">“Por entre os traços finos das persianas a luz invadia o quarto. Alvorecia um dia frio mas solarengo. A noite fora curta mas intensa e nos lençóis amarrotados estavam todos os traços do caminho que ambos percorreram nessa noite. Caminho sinuoso de entrega e saudade. Com a voz ainda sonolenta sussurrou-lhe ao ouvido: </span></i></div>
<i><span class="Apple-style-span" style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">- Está na hora, não te atrases…- acariciou-lhe a face e ela enlevada pela ternura do gesto, ce</span></i><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">rrou de novo os olhos. Ele aproveitou para reflectir.</span></i><br />
<div>
<i><span class="Apple-style-span" style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">A verdade é que sentia que no fundo era um bocado de tudo o que ambos já tinham passado, de tudo o que já tinham errado e aprendido. </span></i></div>
<div>
<i><span class="Apple-style-span" style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">- Vá lá, diz que não sabes quantos bofetadas a vida já te deu? – Interrogava-se ele tentando sentir o ardor na face das muitas que já levara e de quanto andou com calma, e quantos dias o tempo correu! Sabia que hoje era o produto das decisões que tivera que tomar há muito tempo atrás: entre fazer ou não, entre ir ou ficar, entre ter medo ou arriscar, entre viver ou ficar a sonhar. Recordava os conselhos que tantas vezes lhe deram, os dias em que se sentou e chorou... </span></i></div>
<div>
<i><span class="Apple-style-span" style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">De soslaio, olhava a face tranquila que se deitava na almofada a seu lado, resistindo á luminosidade do dia que avançava. Insistiu, para quebrar os pensamentos. </span></i></div>
<div>
<i><span class="Apple-style-span" style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">- Então? Está na hora, vais atrasar-te… </span></i></div>
<div>
<i><span class="Apple-style-span" style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">No coração, sentia muitos dos dias de chuva em que ultimamente se molhara; dos sonhos que teimavam em não se realizar. Por um instante imaginou ser quem ele realmente gostaria de ter sido, mas a vida é feita de percalços e tinha mais era que saborear os momentos que estava a viver e não os manchar com atitudes e palavras, tantas vezes pouco dignificantes. </span></i></div>
<div>
<i><span class="Apple-style-span" style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Ela acordava lentamente e parecendo adivinhar o seu pensamento atirou com ternura: </span></i></div>
<div>
<i><span class="Apple-style-span" style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">- Teremos sempre na nossa vida oportunidades perdidas, mas estas não serão as últimas, sempre haverá mais uma. Talvez não as que idealizámos, mas que nem por isso serão menos intensas. Teremos momentos de choro, que servirão para limpeza da alma. Problemas aparentemente sem solução, que serão superados e com o tempo ficarão menores. Teremos derrotas, mas no fim, o importante é que estaremos juntos – e isso bastará. </span></i></div>
<div>
<i><span class="Apple-style-span" style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">- Vá lá…deixa-te de histórias e levanta-te. Vais atrasar-te! </span></i></div>
<div>
<i><span class="Apple-style-span" style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Roçou a face na almofada, para limpar uma lágrima e sorriu. O sol já estava alto.”</span></i></div>
CÉLIO M.A.SOAREShttp://www.blogger.com/profile/14656198048833549158noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5721318838665524775.post-25691414894332690452011-10-10T22:44:00.000+01:002011-10-10T22:44:35.954+01:00(49) Aquela música...<div style="text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">“Aquela música fazia-lhe lembrar tanta coisa... </span></i></div><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Lembrava-se daquela época em que estavam tão juntos, mas tão juntos, que não havia um único </span></i><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">momento sequer em que ele não estivesse consigo, de forma totalmente palpável. Sentia-o até respirar. </span></i><br />
<div style="text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Lembrava-se de quando riam juntos e ele lhe dizia: </span></i><br />
<i><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Gosto dessas tuas </span></i><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">estridentes gargalhadas – ele sorria. </span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Lembrava-se de como ele a consolava quando d</span></i><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">esesperava diante das dificuldades, na gestão do seu dia-a-dia profissional e de como tinha uma paciência danada diante dos seus dramas de mulher insegura que queria ser olhada com um misto de temor e admiração. </span></i><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Ao som daquela música que tantas vezes tocou no silêncio de cada regresso a casa, sorria agora tentando recordar as conversas de todos os dias, que ele transformava num arco-íris de palavras e agora, para ela, era apenas uma recordação bicolor.</span></i><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Lembrava-se e sentia uma saudade tão grande de revê-lo, mas tão grande, que não conseguiu deixar de recordar um conselho que dias antes lhe dera: </span></i><br />
<i><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Perdoar, seguir em frente, entregar sem medos todos os teus sentimentos? Tu és assim, faz parte de ti e sempre assim serás meu querido. O que podes fazer é viver! Viver bem! Tu conheces como ninguém o arrependimento... Eu avisei-te muitas vezes... </span></i><br />
<i><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Queria tanto pedir-lhe desculpa por às vezes ser tão ausente e descrente. Desculpa por ser tão boca suja e dizer sempre o que pensava. Sentia uma vontade louca de lhe dizer:</span></i><br />
<i><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Aceita a minha mão estendida, segura-a e deixa-me segura, como sempre deixaste. </span></i><br />
<i><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Hoje, sentira uma saudade danada dele. Vontade de lhe pedir de novo e mais uma vez aquele abraço… </span></i><br />
<i><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Aquela música fazia-lhe lembrar tanta coisa…”</span></i></div>CÉLIO M.A.SOAREShttp://www.blogger.com/profile/14656198048833549158noreply@blogger.com0