“Noite alta…o sono, há muito permanecia arredio dos seus olhos! Um silêncio fúnebre entrecortado pelo diálogo estridente das gaivotas, permitia-lhe pensar no que fora o seu passado. Deambulou pelos lençóis em busca de palavras perdidas, que o ajudassem a decompor o passado…e conseguiu-o.
Nas suas fraquezas descobriu as suas forças. Fora nas horas onde mais sofrera que mais aprendera, com o coração no chão pisado, dorido e gritando que aprendeu...Foi na morte de pessoas conhecidas que começou a valorizar um pouco mais a vida e a aproveitar cada momento ao lado dos seus - afinal ninguém sabe o dia de amanhã. Quando o telefone não tocava, quando ninguém o chamava, aprendeu a beleza de ficar sozinho, pensando apenas. Nas horas de loucura, aprendeu a soltar-se e a não ter vergonha de cantar, gritar e sorrir. Aliás, isso é a melhor coisa da vida.
Fora nos dias que passaram a voar que aprendeu que o tempo que temos é curto e devemos fazer tudo aquilo que sentimos no nosso coração, não deixando para depois.
Ouvindo o som do mar, da chuva, dos pássaros, dos instrumentos musicais, aprendeu a decifrar os seus mistérios. Por trás de cada tom, de cada som, existe algo para se conhecer.
Reparou nos pequenos detalhes, como o azul do céu, a gota fina da chuva, o brilho das estrelas, foi quando viu que todos os dias, essas coisas se transformam e que nada é igual. Mas nem por isso um dia é pior que o outro, nem por isso.
Decidiu olhar as coisas de outra forma. Decidiu apreciar a beleza da contradição, a beleza da diferença e a beleza da mudança. São coisas tão raras que devem ser apreciadas como uma criança que saboreia o algodão doce, lambendo os dedos para não perder o gosto, para não perder a delícia. E noite alta, com o sono a prensar as pálpebras, adormeceu…
-“Até amanhã…dorme bem”
Arrisco dizer que é de tudo o que escreveste mais bonito post!
ResponderEliminarum beijinho, continua...
Daniela
Obrigado pelo incentivo...
ResponderEliminarBeijinhos