segunda-feira, 2 de março de 2015

(61) Atitude Positiva...

“Naquele olhar que sorria, residia o segredo. Não fugia nunca dos seus problemas nem se desesperava. Encarava-os de frente com coragem e determinação, porque sabia que se não os resolvesse no próprio dia, certamente teria que fazê-lo no dia seguinte porque eles continuariam a existir enquanto não fossem resolvidos, prolongando a sua impaciência.
Sabia bem que era preciso ter vontade de viver com determinação... 
A vida sempre lhe impôs mudanças, e não existiam problemas sem solução! Acreditava que por mais difícil que tudo parecesse, o segredo era ir buscar e aceitar os desafios com sabedoria e resignação, pois por incrível que parecesse, esses problemas incentivavam-na a lutar por aquilo que até agora, permanecia estático e adormecido por medos... Pensava: “sou capaz de afugentar medos, e com certa generosidade, consigo vencer todas as situações difíceis que fazem parte do meu percurso existencial. Sim, tenho a certeza que sobreviverei a todas as quedas!”
Determinação, coragem e auto confiança, sempre foram fatores decisivos para o sucesso que sempre desejou e pelos quais lutava dia a dia. Mas havia momentos em que a terrível “mente” lhe ditava condutas e regras que sabia que não podia infringir, mesmo que isso significasse não atingir o seu objectivo, esquecendo-se de como a sua “mente” podia de facto “mentir-lhe”…
A verdade é que para ela havia uma certeza: “Se estamos possuídos por uma inabalável determinação certamente que iremos conseguir superá-los.”
Mas a verdade mais profunda que ainda não percebera é que, independentemente das circunstâncias, ser sempre humilde, recatada e despida de orgulho, poderia não chegar. Era preciso ousar, ultrapassar limites da “mente” e dar aquele passo que a “mente” condena, mas que o coração dita…
Não poderia esquecer-se nunca, que uma atitude decidida era aquela que a impulsionaria a agir com determinação. Era a que a levaria a pedir a demissão do emprego e a ir à luta, porque descobrira que era preciso trabalhar com amor e dar o seu melhor naquilo que fazia. Era a que a fazia jogar fora o maço de cigarros e resolver que não iria mais fumar. Era a que a fazia terminar aquele relacionamento que não estava a funcionar mas que aceitava como válido porque a “mente” que nos mente, lhe dizia que era o mais sensato porque havia compromissos que deveriam ser cumpridos mesmo que pudessem ferir os seus mais profundos anseios. 
Nunca poderia esquecer-se, que a ATITUDE, é aquele passo bem pequenino, que aumentaria o seu poder sobre si mesma e a ajudava a escolher as experiências que queria ter. Porque essa “atitude” fazia-a olhar para dentro de si mesma a fim de que pudesse verificar se se estava a mover em direção às suas metas ou se, descuidada, estava a afastar-se delas sem perceber, porque apenas ouvia a sua “mente”. 
E nesse olhar assustado de menina-mulher, doce e meigo, com um sorriso lindo sempre presente, ela sabia que uma atitude decidida exigia liberdade, confiança, a habilidade de mudar sempre que necessário, porque mais importante do que acertar, sabia que era assumir o poder da escolha e decidir o que lhe parecia melhor e dar aquele passo, mesmo que tivesse que o dar sozinha e por isso ser condenada pela “mente”, mas exaltada pelo coração, porque o conseguiu dar, sem hesitações ou auto-condenações comportamentais. 
Uma atitude decidida deixa para trás cargas emocionais e não permite que frustrações passadas atrapalhem o presente. Ela tinha a consciência de que a vida acontece aqui e agora e de que é preciso que seja ela o agente da própria história. Quando optamos por ser quem somos e assumimos a responsabilidade pelas nossas escolhas sem medo da crítica ou de julgamentos, descobrimos a magia da ATITUDE DECIDIDA, porque é aquela que nos leva à vitória. 
Vai chegar um dia em que não irá aguentar mais a saudade das coisas que queria fazer e não fez, porque a “mente” lhe mentiu, e ela transbordará pelos seus olhos. E nessa altura, não saberá o que fazer com os seus dias que irão parecer tão compridos, nem como cessar os seus pensamentos quando a noite chegar. Será como estar sozinha, sem estar…" 

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

(60) Decidida…imperturbável

“Não ligo que me olhem da cabeça aos pés...porque nunca farão a minha cabeça e nunca chegarão aos meus pés”
(Bob Marley)

“Este era para ele o segredo das vencedoras. Daquelas que sentem os olhares que despem e permanecem imperturbáveis porque sabem que na sua cabeça tudo está compartimentado e nela apenas penetravam os ideais que ela definira como essenciais para a sua caminhada, rumo a um êxito que ambicionava.
A verdade, é que mesmo que o tempo e a vida lhe tenham pregado dolorosas partidas, bem patentes nas esporádicas manchas de tristeza no olhar e naquelas teimosas lágrimas, que o passado deixou vincadas e que por vezes tentavam abrir caminho, aquele sorriso não se desvanecia
E era nesta certeza absoluta de que o caminho estava traçado, que se sentia a segurança de quem caminhava com os seus próprios pés, indiferente aos que tropegamente se afoitavam em tentar desviá-la do seu rumo. Como se gostasse de agradecer pelas inúmeras vezes que a olhavam, as mesmas inúmeras vezes que ignorara esses olhares, porque mais do que sentir esses olhares, evocava a sua capacidade de se olhar devagar, já que nessa vida muita gente a olhara depressa demais
Fora Pontual, como sempre. Era uma característica inata. Sentada num frente a frente de troca de ideias e de factos da vida, resplandecia por trás da cor negra que  integralmente vestia, numa apologia á classe que evidenciava em cada gesto, em cada sorriso, em cada palavra proferida e criteriosamente pensada. Não terá sido por acaso, pois o negro transmite introspecção, favorece a auto-análise e significa também dignidade, poder, sobriedade, hombridade, elegância. Tudo o que aquele olhar que sorria, conseguia transmitir, numa longa conversa de horas…
A sua organização mental reflectida no seu dia-a-dia, estava ali bem patente, imponente mas sóbria, protegida por aquela indumentária negra, sentada numa pose principesca pronta a escutar e a planear o futuro. No olhar a certeza de que o caminho obriga a ir à luta e em cada palavra escutada renascia um novo sonho, uma nova esperança, um novo plano. Pois sempre há coisas boas para pensar. Algumas realizar-se-ão…”

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

(59) Olhos que sorriem...

“Eu gosto de olhos que sorriem, de gestos que se desculpam, de toques que sabem conversar e de silêncios que se declaram.”
(Machado de Assis)

"Sempre pensara assim, mas muito mais intensamente no dia em que viu aqueles olhos que sorriam, enquanto na face mantinha uma postura profissional e de rara competência. E naquele olhar, podiam ver-se inevitavelmente derrotas temporárias, de formas diferentes, nas ocasiões mais diversas. E em cada adversidade trazia consigo a semente de um benefício equivalente. Ainda não encontrara ninguém bem-sucedido na vida que não houvesse antes sofrido derrotas temporárias. Sempre que uma pessoa supera os reveses, torna-se mental e espiritualmente mais forte... É assim que aprendemos o que devemos à grande lição da adversidade. Mas aqueles olhos eram diferentes…não, ele achava que não eram os olhos, mas sim o olhar sincero, honesto, com um brilho de luta inigualável. E o sorriso lá estava…mesmo que os lábios apenas cumprissem o dever profissional de pronunciar palavras simpáticas com um tom sublime de quem sabe as palavras de cor para atender todos, com a mesma simpatia cativante, mas profissional.
E ele absorto, contemplava este cenário com os olhos de quem avalia atitudes, comportamentos, gestos, sinais eloquentes de uma verdadeira profissional. E cada vez que ela levantava a cortina dos seus olhos, era como se contemplasse a maravilha do amanhecer, porque o sorriso estava lá e era verdadeiro…

A vida é a soma das nossas escolhas. E a maioria delas não é feita por nós. Aqueles olhos não escolheram sorrir, apenas sorriam com aquele brilho cristalino, porque o coração escolhera ser benevolente e autêntico nas suas atitudes. E por momentos ele percebeu como é único conseguir sorrir com os problemas, reunir forças na angústia, e ganhar coragem na reflexão.
Ela sorria... Mas não se escondia atrás desse sorriso...Mostrava o que era, sem medo.
Existem pessoas que sonham com o sorriso...
Ele precisava dizer-lhe:
- “Mantenha esse sorriso.”