“Olhava a imponência das ondas e os reflexos das bátegas de chuva que se abatiam sobre a praia. O olhar distante, tentava encontrar uma resposta para tudo o que era uma constante na sua vida. Sabia que tudo pelo qual estava a passar era a lei natural do que foi e do que era... e de tudo o que tentava entender.
Aprender dói. Há dias que passava noites afio com um nó na garganta e com o peito ofegante. Procurava forças e sabia que as tinha. E sentia-se renascer a cada manhã. Abraçava o espaço e o vento, sentia-se cair e levantar de novo.
Queria continuar, ser mais ele. Tentava não cometer os mesmos erros de antes. Ser melhor e tentar compreender para aceitar.
No marulhar das águas agitadas, revia a dor que sempre sentia e jamais seria apagada. Foi então que concluiu: Que a vida é uma aprendizagem constante, onde se aprende muito mas nunca se sabe nada!
Recordava as últimas palavras que ela lhe dissera:
-“A dor dilacera o meu peito e mesmo que eu procure controlar as lágrimas, percorrem o meu rosto como se quisessem banhar a minha alma...”
Era mais uma tentativa de tirar do seu corpo aquela dor que agora tomava conta de si. O coração batia descompassado, a respiração ofegante por entre soluços era o filme que passava pela sua mente como se quisesse fugir de si próprio...e as últimas palavras ecoavam na sua cabeça, como um grito desesperado...
Pediu mais um café, levantou um pouco mais o jornal que não lia, para tentar ocultar o rosto, neste filme que insistia e que lhe tirava todas as dúvidas de que necessitamos da alegria para saber reconhecer a tristeza.
Procurou com o olhar vazio, um canto mais calmo e tranquilo onde pudesse interiorizar todas estas recordações…queria guardá-las no seu peito para que ninguém percebesse o que sentia agora...
Sentia-se cansado, tomado por todas as emoções e sentia-se fraco para lutar. Uma voz parecia sussurrar-lhe baixinho que tudo iria passar…pois, o que de mais importante ele tinha, perdera-se já...”
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