sexta-feira, 5 de novembro de 2010

(42) Destino...

“Saíra apressado… Tentava entender, a forma como o destino se apresentava. Como nunca - ou quase nunca - estamos cientes de quando fazemos uma 'escolha' que possa mudar a nossa vida. Um caminho que mude tudo. Enquanto caminhava sonambulamente, pelas ruas quase desertas, recordava-se de uma frase que o marcara e sempre o fizera pensar :
- ‘Não sei se cada um tem um destino ou se só flutuamos sem rumo, como numa brisa, mas acho que talvez sejam ambas as coisas. Talvez elas aconteçam ao mesmo tempo’ (Forrest Gump).
E na sua cabeça a dúvida de sempre:
- Todas as vezes que olhamos para alguma coisa, será que é a última vez que a veremos daquela forma? - cismava ele, acelerando o passo - ou nunca mais estará exactamente igual?
A noite caía e os seus pensamentos rodopiavam na possibilidade de ter algum poder para mudar o destino, sabendo que seria audácia demais para humanos tão pequenos. Interiormente respondia que sim. Essa falsa convicção que o fazia pensar que se não tivesse feito certas coisas, feito outras, se acertasse, ou simplesmente tivesse mudado os seus erros, tudo seria diferente. Não sabia. Mas tinha a impressão de que tudo estava escrito. E que essas escolhas eram meramente utópicas e teriam algo muito maior por trás.
Por muito tempo, pensou que a sua vida fosse tornar-se uma vida de verdade. Mas sempre havia um obstáculo no caminho, algo a ser ultrapassado antes de começar a viver. Um trabalho não terminado, uma conta a ser paga. Aí sim, a vida de verdade começaria…
Uma certeza ele tinha, sabia que teria que examinar as suas situações e os seus actos, e a assumir a responsabilidade consciente dos seus comportamentos e as consequências que eles provocam…”

Sem comentários:

Enviar um comentário