terça-feira, 28 de dezembro de 2010

(44) Ela...

"Sentia-se um homem cheio de manias infantis...gostava de tudo do seu jeito e fechava a cara quando as coisas não aconteciam como queria. Procurava entender o porquê dos acontecimentos... e tentava aprender as lições que a vida colocava na sua frente... Não gostava de admitir que falhara, mas assumia os seus erros com nobreza. Fora sempre assim...
- É estranho...é surpreendente. Ela pode estar a sorrir de tudo, e de repente... estar sisuda por nada - tentava reflectir, enquanto se recostava nas almofadas da cama quente e bebia mais um chá de limão com mel que lhe amaciasse a garganta.
Não queria tentar adivinhar as suas acções ou as suas reacções...Não costumava insistir naquilo que percebia não valer a pena. Amava, amava incondicionalmente...Não odiava, não guardava mágoas, não pensaria nunca em moldá-la, embora já muitas vezes o tivesse tentado, com total fracasso...Gostava de deitar-se, fechar os olhos e fugir do tempo.
- É daquelas que pensa, repensa, e pensa mais uma vez antes de agir - absorto nesta ideia, sentia um aperto no estômago, só de pensar no que ela seria capaz de ponderadamente fazer. Rebuscou no meio dos seus papeis uma folha branca...queria escrever...adorava escrever o que sentia, o que pensava...e iniciou:
- Normalmente é uma companheira animada, agradável e alegre. Tirando as suas fases azedas com o seu cinismo e língua afiada, o seu outro lado é romântico e aventureiro...uma grande mulher - sentia que ao escrever isto, estaria a dar ouvidos á emoção...
A verdade é que no fundo, sabia que para ela, não bastava ouvir palavras carinhosas e juras de amor. Apesar de muitas vezes parecer fria e distante, ele sabia que ela desejava ser amada e mimada. Jamais ficaria em silêncio, se tivesse que falar.
- Com alguns defeitos e inumeras qualidades que a definem, não serão as palavras que a irão descrever... - pensava ele, enquanto amarrotava o papel. Sabia que o segredo estava em não tentar adivinhar, mas sim tentar desvendar..."

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

(43) Vontade...

“Naquela tarde, sentia uma indomável vontade de ir para algum lugar tranquilo e ficar por lá com a companhia de um livro. Qualquer que fosse. Mesmo que o pretexto fosse apenas fugir da sua própria cabeça. Sentia vontade de acordar numa manhã agradável, sentir o calor e a beleza de um raio de sol e vislumbrar esperança através de um ameaçador céu cinzento. Uma vontade inquietante de subir numa árvore bem alta e por lá ficar com os seus sonhos, bem mais altos que aquela árvore, enquanto ficava á espera de um pouco mais da vida.
- Mas a vida não é tão bondosa assim - pensou.
De facto não. Ela requer que lutemos, rastejemos por ela e imploremos felicidade. Mesmo assim, ele queria deixar a vida um pouco de lado. Manteria as suas vontades e teceria a sua própria felicidade.
Insistentemente esticou as pernas, bocejou, olhou os desenhos que as nuvens desenhavam sem querer e sorriu por não ter que pagar nada por isso. Sentiu a falta de uma mão amiga para segurar, um ombro para servir de apoio e ainda que não tivesse nada disso no momento, sabia que não tardaria a sentir essa protecção e liberdade. Mesmo sabendo que ninguém é de todo livre, nem de todo protegido. Mesmo sabendo que por mais que tivesse, necessitaria sempre de mais liberdade e protecção. Mesmo livre naquele momento, queria sentir por perto a presença dela...para olhar por si. Mesmo protegido, queria sentir o seu gosto, o seu cheiro...a despertarem os seus sentidos.”

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

(42) Destino...

“Saíra apressado… Tentava entender, a forma como o destino se apresentava. Como nunca - ou quase nunca - estamos cientes de quando fazemos uma 'escolha' que possa mudar a nossa vida. Um caminho que mude tudo. Enquanto caminhava sonambulamente, pelas ruas quase desertas, recordava-se de uma frase que o marcara e sempre o fizera pensar :
- ‘Não sei se cada um tem um destino ou se só flutuamos sem rumo, como numa brisa, mas acho que talvez sejam ambas as coisas. Talvez elas aconteçam ao mesmo tempo’ (Forrest Gump).
E na sua cabeça a dúvida de sempre:
- Todas as vezes que olhamos para alguma coisa, será que é a última vez que a veremos daquela forma? - cismava ele, acelerando o passo - ou nunca mais estará exactamente igual?
A noite caía e os seus pensamentos rodopiavam na possibilidade de ter algum poder para mudar o destino, sabendo que seria audácia demais para humanos tão pequenos. Interiormente respondia que sim. Essa falsa convicção que o fazia pensar que se não tivesse feito certas coisas, feito outras, se acertasse, ou simplesmente tivesse mudado os seus erros, tudo seria diferente. Não sabia. Mas tinha a impressão de que tudo estava escrito. E que essas escolhas eram meramente utópicas e teriam algo muito maior por trás.
Por muito tempo, pensou que a sua vida fosse tornar-se uma vida de verdade. Mas sempre havia um obstáculo no caminho, algo a ser ultrapassado antes de começar a viver. Um trabalho não terminado, uma conta a ser paga. Aí sim, a vida de verdade começaria…
Uma certeza ele tinha, sabia que teria que examinar as suas situações e os seus actos, e a assumir a responsabilidade consciente dos seus comportamentos e as consequências que eles provocam…”

sábado, 23 de outubro de 2010

(41) Entardecer...

“Entardecia…
Calmo, insuportável e monótono entardecer, onde a mística secreta guardada pelas nuvens que cobriam o céu, faziam-no viajar através de pensamentos que ele mesmo, não conseguia de todo compreender. O tempo passava como a brisa e desaparecia com o entardecer.
- Costumamos acreditar que ser transparente é simplesmente ser sincero, não enganar os outros, mas ser transparente é muito mais do que isso...É ter coragem de se expor, de ser frágil, de chorar, de falar dos nossos sentimentos! Não achas? – Inquiriu ele, tentando que ela anuísse ao seu raciocínio sonolento.
- Muitos de nós, preferimos o nó na garganta às lágrimas que brotam do mais profundo de nossos seres, mas se agíssemos com o coração, poderíamos evitar muita dor. Não somos só razão, mas também coração – respondeu ela em tom sereno e convicto.
O alaranjado entardecer trazia a nostalgia, como se a vida também desaparecesse com o sol no final daquele dia. Ele, sentia vontade de sugerir que deixassem explodir toda a doçura e em silêncio, pensava como o tempo parecia brincar entre acasos e ocasos.
- Já pensaste – interrompeu ela os seus pensamentos – porque será que prendemos o choro, contemos as gargalhadas, escondemos os nossos medos?
Ele, permaneceu imperturbável, perscrutando o horizonte. Queria dizer-lhe que a razão era “porque pensamos que somos invencíveis”. Mas permaneceu silencioso. Preferiu ser mais positivo:
- Porque apenas queremos docemente viver, sentir e amar…e se for chorar, que seja de FELICIDADE! Quem te merece não te faz chorar… - concluiu.
Por momentos, as ondas serenaram. O sol já se escondera e uma aragem fria, fê-los aconchegarem-se. O café em cima da mesa da esplanada, já estava frio…

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

(40) Recomeçar...

-"Não sou um homem qualquer: tenho os meus limites e respeito os meus sentimentos. Mudo de opinião, mas não de princípios. Comovo-me, mas sorrio muito mais do que choro; amo certamente muito mais do que odeio! Acredito na vida, e sei que mais importante do que ganhar sozinho, é ajudar alguém a vencer... Se as coisas não saíram como planeei, posso ficar feliz por ter o dia de hoje para recomeçar. O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser. Tudo depende só de mim!".
Há muito que ela o escutava atentamente. Olhar atento e o sobrolho franzido. Aquelas palavras continham força.
- "Sei que sim..." - fora a única coisa que conseguira pronunciar, perante tanta decisão.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

(39) Cansaço...

“Hoje, sentia-se cansado...a sua vida assemelhava-se ás ondas do mar...um ritual de bater na praia num movimento sem fim. Pensou em todas as coisas que o rodeavam, onde vivia, onde dormia e fazia um esforço para comparar tudo o que tinha, com aqueles que nada possuem. Momentaneamente, com tranquilidade e sem nenhuma pressa, reflectiu sobre os seus valores. Talvez por não reconhecer o devido valor naquilo que já possuía, sentia uma angústia causada pela distância daquilo que desejava, pois tinha a impressão de que o que desejava era o que faltava para curar aquilo que o deixava vazio e sem razão. Olhou-a de frente. Os olhos dela pareciam tentar ler nos lábios dele o seu raciocínio.
- Ás vezes penso como é bom não me privar de certas coisas; como é bom estar vivo, e como é bom viver; como é bom estar aqui do teu lado...mesmo sentindo-me diminuído e constrangido com as pressões que a sociedade impõe.
Pela primeira vez, ela não lhe passara a mão pela cabeça, num gesto de assentimento e cumplicidade. Sabia que não o poderia fazer, sob pena de estar a perpetuar a sua apatia...
- Será que não é tempo de remares contra a maré? De fazeres uma reflexão como forma de identificares o teu campo de batalha, para poderes efectuar um bom combate?...
Hoje, sentia-se cansado...e estas palavras duras aglutinavam tudo o que ele próprio sentia. Ela, sem vacilar e quase sem respirar, atirava forte :
- Pensa nos pássaros incansáveis na construção do seu ninho, lutando incessantemente para dignificar a sua própria obra. O teu valor é inquestionável, mas está na hora de o colocares á prova... Não vivas de lembranças, pois quem se insere no passado esquece-se de viver o presente.
A brisa da noite soprava branda e quente. Tudo o que ela lhe dissera era difícil de digerir...queria construir monumentos e estátuas...a obra da sua vida... a estrutura simples...mas de facto ainda fizera muito pouco. Ela tinha razão.
Caminharam silenciosos...sentaram-se lado a lado no restaurante e saborearam o jantar...com um brinde silencioso, mas cúmplice, de um aromatizado rosé....hoje, sentia-se tão cansado”

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

(38) Enredo...

-“Gostava de partilhar contigo os meus pensamentos – dizia ele enquanto aconchegava o blusão fino - hoje tenho-me questionado muito, porque será que os sonhos não podem criar novos tempos? Porque será que a esperança não ilumina cada amanhecer? Porque será que a cada novo dia não podemos escrever uma nova história? A vida seria tão mais repleta de certezas...Não achas?
Com aquele olhar terno de sempre, ela sorriu como que tentando concordar:
- Mas, a vida é cheia de incertezas meu querido. E é isso que nos estimula a sonhar e a depositar as nossas esperanças no amanhã, sabendo que, o hoje é uma fonte inesgotável de possibilidades de ser feliz.
Em silêncio, digeriu aquelas sábias palavras que ela acabara de pronunciar, quase soletrando. Soergueu-se apaticamente no sofá e olhou através da janela. Lá fora os pássaros executavam um voo tranquilo, parecendo que tinham a certeza do que buscavam e onde encontrariam; começou a questionar-se sobre o que tinha e o que buscava...os pássaros perderam-se de vista, Ele perdia-se em pensamentos.Queria ter a certeza que estava realmente vivo e não morto. Parecia que uma cortina acabava de cobrir o sol, como se o espectáculo terminasse. Era assim, todos os finais de dia da sua actual vida.
- Achas que será possível erguer um pouco mais a cortina da minha vida e dar uma vista de olhos, para ver o que acontece por lá e qual é o filme que vai estrear?
Ela permanecia imóvel, atenta e sempre com aquele doce olhar fixo nos mais pequenos trejeitos faciais, que ele acentuava nas suas preocupações. Manteve-se em silêncio.
Para ele, não ter resposta para estas perguntas era torturante; Não saber qual o enredo do filme da sua vida era muito triste e doloroso. Olhou-a fixamente e sentiu o calor daquele olhar sincero de sempre.- Mas, então, o que devo fazer? Sentar-me e esperar tudo acontecer?Por momentos, ela perdera a serenidade e como uma mola saltou do sofá. De dedo indicador em riste foi desenhando no ar sinais de negação, enquanto dizia:
- Não! É necessário que tu mesmo cries o enredo do filme que queres para a tua vida e certamente voarás livre como os pássaros.
Fez-se um silêncio...com um gesto simples ele aquiesceu...e fechou os olhos...”

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

(37) Promessas...

“No rádio do carro fazia-se ouvir uma voz rouca de uma melodia antiga. Lá fora a temperatura devia ser difícil de suportar. Apenas o barulho louco de um ou outro camião, interrompia os seus pensamentos dolorosos...
Olhava de soslaio a condutora e sentia que tinha que tomar uma atitude.
-“Não vou mais parar a minha vida porque imagino o que não acontece, porque uma mensagem chega, porque não ouço o que gostaria de ouvir.Vou fazer o meu momento...Vou ser feliz agora...Terei outros dias pela frente, se souber saltar as barreiras da insegurança!!!”
A tarde de Verão caía lentamente; O sol começava a empalidecer no horizonte. No seu peito a inquietude, provocada pela incerteza do que iria acontecer; Era como se de repente tudo à sua volta tivesse perdido o seu sentido; Chorou, mas não sabia exactamente porquê...apenas sabia que tinha dado muita importância aos problemas, que nunca tinha conseguido resolver.
-“Chega de sofrer pelo que não consigo ver, pelo que não ouço ou não leio. Pelo tempo que não tenho e até de sofrer por antecipação, pensando sempre, apenas no pior. A partir deste momento, só vou pensar no que tenho de bom.”
As gaivotas irrequietas, sobrevoavam intranquilas os telhados, soltando seus estridentes gemidos. Olhou para ela e pediu que ficasse. As lágrimas teimosamente, entrecortavam as palavras que queria dizer...e numa amálgama de sentimentos e palavras, conseguiu uma vez mais, pela última vez, prometer que saltaria todas as barreiras. Ela, lentamente tirou a mão direita do volante, colocou-a afectuosamente sobre a sua perna...e silenciosamente prometeu que ficava.“

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

(36) Decidido...

“O sol trespassava as persianas...o dia já ia alto! Espreguiçou-se languidamente e por momentos os seus pensamentos voaram...tinha que ser:
-“Hoje irei dedicar algum tempo para pensar na vida...na minha vida!!!”
Decidiu então que a partir do próximo amanhecer, iria mudar alguns detalhes para ser a cada novo dia, um pouquinho mais feliz. Para começar, não iria mais olhar para trás. O que passou é passado apenas e se errou, agora não iria mais conseguir corrigir. Então, para quê remoer o que passou? Reflectir sobre aqueles erros sim e então fazer deles uma aprendizagem, para o “seu hoje”...Sabia que “ela” nunca seria o que ele “gostaria”... E daí, se “ela” não era um seu clone?
A partir do próximo amanhecer iria continuar a amá-la, mas não iria mais tentar mudá-la. Poderia ser até que ficasse como ele gostaria que “ela” fosse, mas deixaria certamente de ser a pessoa linda que ele amava.
-“Não...Isso eu não quero” – murmurou num bocejo. Mudarei eu...mudarei o meu modo de vê-la, respeitando o seu modo de ser. Decidira que a partir do próximo amanhecer, iria lutar com mais força. Mas iria ser diferente. Não iria mais responsabilizar os outros pela sua felicidade. Espreguiçou-se novamente e saltou decidido da cama :
-“EU VOU SER CADA DIA MAIS FELIZ!!!”

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

(35) Noite Alta...

“Noite alta…o sono, há muito permanecia arredio dos seus olhos! Um silêncio fúnebre entrecortado pelo diálogo estridente das gaivotas, permitia-lhe pensar no que fora o seu passado. Deambulou pelos lençóis em busca de palavras perdidas, que o ajudassem a decompor o passado…e conseguiu-o.

Nas suas fraquezas descobriu as suas forças. Fora nas horas onde mais sofrera que mais aprendera, com o coração no chão pisado, dorido e gritando que aprendeu...Foi na morte de pessoas conhecidas que começou a valorizar um pouco mais a vida e a aproveitar cada momento ao lado dos seus - afinal ninguém sabe o dia de amanhã. Quando o telefone não tocava, quando ninguém o chamava, aprendeu a beleza de ficar sozinho, pensando apenas. Nas horas de loucura, aprendeu a soltar-se e a não ter vergonha de cantar, gritar e sorrir. Aliás, isso é a melhor coisa da vida.

Fora nos dias que passaram a voar que aprendeu que o tempo que temos é curto e devemos fazer tudo aquilo que sentimos no nosso coração, não deixando para depois.
Ouvindo o som do mar, da chuva, dos pássaros, dos instrumentos musicais, aprendeu a decifrar os seus mistérios. Por trás de cada tom, de cada som, existe algo para se conhecer.
Reparou nos pequenos detalhes, como o azul do céu, a gota fina da chuva, o brilho das estrelas, foi quando viu que todos os dias, essas coisas se transformam e que nada é igual. Mas nem por isso um dia é pior que o outro, nem por isso.

Decidiu olhar as coisas de outra forma. Decidiu apreciar a beleza da contradição, a beleza da diferença e a beleza da mudança. São coisas tão raras que devem ser apreciadas como uma criança que saboreia o algodão doce, lambendo os dedos para não perder o gosto, para não perder a delícia. E noite alta, com o sono a prensar as pálpebras, adormeceu…

-“Até amanhã…dorme bem”

quinta-feira, 22 de julho de 2010

(34) 08 de Junho de 2010...

“Ele deitou-se meio pensativo...
Durante uma madrugada de insónias, daquelas onde o tecto e os seus pensamentos mais malucos são os melhores companheiros. Pensou, analisou, reflectiu...
Decidiu aconchegar-se um pouco mais, aquele corpo estranho.
Um turbilhão de pensamentos, desejos de mudança, necessidades colocadas à prova, revoltas contidas, prestes a entrar em erupção. Eram tantas as diferenças, queria apenas tentar entender... Mas tudo parecia presente apesar de tão longínquo no tempo... O universo conspirava a seu favor...Sentia que nunca se tinha encaixado num mundo tão frio e cruel, todo composto por máscaras e rótulos, interesses subentendidos e felicidades aparentes...
Pretendia encontrar a culpada por tamanha diferença... afinal a culpa tinha que ser de alguém. Uma angústia tomou-lhe o peito, não sabia como se livrar de toda aquela areia movediça, que cada vez lhe sugava mais e mais. Procurava força, mas não tinha coragem...
Coragem é o que sempre falta, o comodismo entra sempre em acção e vence essa incansável luta diária!
A mudança positiva já se iniciara, inesperadamente...
Não dependia exclusivamente dele... Seria mais conveniente a cautela...esperar que ela tomasse uma atitude...
Cerrou os olhos e dormiu o sono dos justos.
Talvez a revolução comece amanhã e ele consiga ser feliz!”

terça-feira, 20 de julho de 2010

(33) Distância...

"Saudade... Tempo! Dias! Distância; Lembrança; Reconhecimento dos erros; Mais erros; Vontade de reviver; Desejo de corrigir; O desenho mental e perfeito do corpo. O aroma nítido depois de muitos dias, o mesmo aroma... A imagem do sorriso cravada na alma; Os costumes; Os sonhos? Onde? O toque; A boca; As brigas; O beijo; Os ciúmes; O número exacto; O meu jeito... O jeito de quem tem o meu jeito. Depois de tudo isso: Resta-me pensar que nenhuma distância é longe demais e há sempre um dia para o regresso".

sexta-feira, 16 de julho de 2010

(32) Ambição...

“Os pensamentos de ambição e domínio, têm levado o homem a cometer as maiores atrocidades sem que tenha consciência do que isto representa para si e para os demais. A ambição é PROGRESSIVA, INSACIÁVEL e FATAL.
É importante ter ambição na vida. Quando bem doseada ela é um estímulo para o crescimento humano, porém quando mal utilizada confunde a visão das pessoas.
E sempre há quem queira atribuir-nos um determinado valor. Entretanto, sempre valeremos mais do que nos é oferecido e bem menos do que a nossa ambição quer... porque a ambição que mora em cada indivíduo é o motor de toda a sua conduta. Mas afinal, quais são as vantagens que se pretendem alcançar com esse grande propósito da vida humana, a que chamam melhorar a condição: Ser notado? Ser ouvido? Ter poder? Possuir?
Na verdade, é a vaidade e não a tranquilidade ou o prazer, que lhes interessa. Mas a vaidade, tem sempre por base a convicção de que serão objecto de atenção e aprovação...puro engano, pura ilusão...”
Como dizia Dalai Lama :
“- Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde.
E por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem o presente de forma que acabam por não viver nem no presente nem no futuro. E vivem como se nunca fossem morrer... e morrem como se nunca tivessem vivido”.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

(31) Feliz Aniversário, meu Filho...

"Existe somente uma idade para a gente ser feliz.

Somente uma época na vida de cada pessoa,
Em que é possível sonhar e fazer planos
E ter energia bastante para realizá-las,
A despeito de todas as dificuldades e obstáculos.

Uma só idade para a gente se encantar com a vida
E viver apaixonadamente
E desfrutar tudo com toda a intensidade,
Sem medo, nem culpa de sentir prazer.

Fase dourada em que a gente pode criar
e recriar a vida,
Á nossa própria imagem e semelhança.

E vestir-se com todas as cores
E experimentar todos os sabores
E entregar-se a todos os amores
Sem preconceito nem pudores.

Tempo de entusiasmo e coragem,
Em que todo o desafio é mais um convite à luta,
Que a gente enfrenta com toda a disposição
De tentar algo NOVO, de NOVO e de NOVO,
E quantas vezes for preciso.

Essa idade tão fugaz na vida da gente
Chama-se PRESENTE e JUVENTUDE
E tem a duração do instante que passa".

quarta-feira, 30 de junho de 2010

(30) É a vida...

"Senta-te aí ! Deixa-me tirar os sapatos, desmanchar o nó da gravata... quero mostrar-te o meu dia.
Sabes, não quero mais usar essa máscara de homem forte com punhos de aço... No íntimo, sinto-me uma pequena ave indefesa, leve demais para enfrentar o vento, e, deseja ficar no aconchego do ninho e ser mimado até adormecer.
Deixa-me tirar o casaco, tirar o cansaço... essa jornada deixa-me tão carente...
Quero dividir os sentimentos, os sonhos, as ilusões...algum segredo...
Ah, eu tenho andado por aí !... Quantas vezes me inventei e até me convenci da minha identidade. Administrei a minha liberdade. Apanhei aviões, bebi whisky...
Mas não previ que na linha da minha vida estivesse marcada uma paixão inesperada.
Agora, cá estou eu, quarenta e alguns anos e todo atrapalhado...
Queria mesmo era falar de todos os meus medos.
- "Dos teus medos?" - dirias tu, como se eu nunca tivesse temido nada.
Queria falar-te das minhas marcas de infância, dos animais que tive, do meu primeiro dia de aulas... queria falar dessas coisas mais elementares, e levar-te na casa dos meus pais, mostrar-te o meu álbum de fotografias... ah, queria mostrar-te a minha primeira bicicleta, que nunca tive. Queria mostrar-te as árvores onde trepei (como elas cresceram!) e todas essas coisas que são tão importantes pra mim e tão insignificantes aos outros.
- Ah... querias falar alguma coisa? Está bem! Antes, só mais uma coisinha:
- Estou a morrer de medo que saias desta cena antes de mim...que saias à francesa desta história, e eu tenha que recolocar a minha máscara e me reinventar, outra vez. É a vida..."

quinta-feira, 17 de junho de 2010

(29) Tempo...

É tempo,
De dar-se tempo

Á felicidade que quer voltar.

Partilha sem pudores

O que no teu peito está guardado...

E se for possível, estende a mão...

No meio da bruma silenciosa

De uma manhã de orvalho,

Haverá certamente, uma outra mão...

Ávida de sentir-te...

E iniciar a viagem.

Ouvindo-te...

Sentindo-te...

A pele...

O respirar...

O pulsar...

O brilho nos olhos...

O canto no sorriso...

E um beijo com sabor a chuva.

Deixa-me encontrar a tua mão...

Prometo que apenas me sentirás,

A respiração ofegante...da caminhada.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

(28) Surpresa boa...

É tão bom ser surpreendido...
Com o inimaginável, por uma pessoa imprevisível…
E do nada, acontece tudo.
E mudo os meus conceitos,
A minha rotina, a minha vida,
Porque até aqui, nada foi certo…
Sei que não posso mudar o meu passado
E que o meu futuro é uma caixa fechada,
Que estou a abrir devagarinho todos os dias.
Mas que hoje...exactamente hoje,
Apetecia-me escancará-la,
Porque aprendi…
Que tudo isso pode ser mudado.
Jurei que não choraria de novo…
Enganei-me!
Chorei de novo sim…
E vou chorar quantas vezes sentir vontade,
Porque o meu choro é verdadeiro.
Não sei fingir, não sei enganar, não sei mentir…
Não sei dizer coisas só pra agradar…
Uns, seguem em frente
Com a certeza daquilo que estão a fazer.
Outros, deixam essa decisão ao acaso…
Eu, não vou deixar…
Porque em cada minuto,
Cada momento toma um rumo diferente,
Por um simples acto de alguém…
Que nos surpreende...
Surpresa boa não é a que não esperamos
Surpresa boa é a que não esquecemos…nunca!
Não vou esquecer…

sexta-feira, 11 de junho de 2010

(27) Ontem, pedi-te que não fosses...

Ontem, foi tão tarde...
Um tempo adiado, na procura do tempo ideal.
Um tempo de sal...e maresia,
Uma noite de sol e umas mãos coladas na pele.
Ontem, devia ser novamente hoje...
Com beijos de sal e abraços de calor,
Que pedi e que tive.
Hoje, vivo no passado,
E volto como as gaivotas,
No silêncio da pele que se toca...húmida,
E nos murmúrios abafados
Da noite com aromas de paixão.
Ontem, já foi tão tarde...mas foi...
Pedi-te que não fosses
Queria que viesses...
Num beijo que escorre pelo canto da boca
E uma mão que segura e aperta a vontade
De ter mais...e tu voltas.
Em cada palavra não dita,
Esconde-se a vontade de ser feliz.
E em cada gemido sufocado,
Sei que estiveste lá...ontem...do meu lado,
E pedi-te que não fosses...
E voltaste sempre, até ao fim...

domingo, 6 de junho de 2010

(26) Deixei-me levar...

Deixei-me levar, entregando-me a uma emoção.

Um sentimento novo,

Algo que achei não existisse mais.

Entreguei os meus trunfos e deixei-me levar...

Tenho medo, mas não quero parar…

Apesar das noites mal dormidas,

São momentos intensos,

São momentos de ternura,

São momentos de encantamento...

É difícil, difícil expressar em palavras escritas

O que o sentimento quer dizer.

A ansiedade...

A tensão e o receio da não reciprocidade…

E a compensação da possível correspondência.

Valem a pena, todos os riscos..

Não quero nunca pressionar…

Quero libertar-me e libertar-te.

Ser feliz e que o sejas também...
Deixar-me levar…

E levar-te também.

(25) Opostos...

Se eu fosse o dia, serias a noite;
Se fosse o sol, serias a lua;
Se fosse o mar serias a terra;
Se fosse doce serias amargo;
Se fosse rugoso, serias macio;
Se fosse tristeza, serias alegria;
Se fosse o branco, serias o preto;
Se fosse diabo, serias um anjo.
E se somos o oposto,
Qual poderá ser o nosso objectivo
Senão completarmo-nos?

terça-feira, 25 de maio de 2010

(23) Recomeçar...

Não importa onde paraste,
Em que momento da vida cansaste,
O que importa é que sempre é possível
E necessário "Recomeçar"...
Recomeçar,

É dar-te uma nova oportunidade.
É renovar as esperanças na vida
E o mais importante:
Acreditar em ti de novo.
Sofreste muito nesse período?
Foi aprendizagem...
Choraste muito?
Foi limpeza da alma...
Ficaste com raiva das pessoas?
Perdoá-las-ás um dia...
Sentiste a solidão diversas vezes?
É por que fechaste a porta...
Acreditaste que tudo estava perdido?
Foi o início da tua melhoria...
Pois é!
Agora é hora de iniciar,
De pensar na luz,
De encontrar prazer,

Nas coisas simples de novo.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

(21) Noite de Luar...

Foi numa noite de luar...
Foi então que tive em mente,
Ser uma estrela cadente,
Vaguear como duas almas apaixonadas,
Juntas pelo universo...
Libertar-me...

Destas amarras da vida,
Sendo livre de voar pelo mundo,
Sem parte definida,
Sem local de chegada,
Sem destino escolhido.
Essa liberdade de viver,
Apenas se compadece,

Com a vontade de oferecer.
Por vezes, procuro-me no luar,
Fascina-me o seu olhar,
Pergunto-me, onde estou...
Não sei !
Sei apenas,

Que tenho sempre o luar.

domingo, 16 de maio de 2010

(20) Saudade...

Penso comigo :
Porque é que a saudade insiste em voltar?
Uma saudade alegre, ás vezes triste, não sei...
Saudade de alguém...
Dos meus pais,
Dos meus amigos, de alguém não sei...
Mas sei.....
Amei, adorei, apaixonei-me...
Saudades de um ontem alegre...
De sorrisos, de abraços...
Oh... saudade da infância...
Tudo era brincadeira...
Onde o tempo não tinha hora...
Mas a hora tornou-se o meu tempo...
Onde estás tu saudade ?....
Não posso olhar, não posso tocar, não posso sentir...
Descobri que estou a pensar em ti, saudade...
Desperto e vejo que novamente és tu...
Se é pra me deixar assim...
Volta saudade,
Pois “recordar é viver”.

terça-feira, 11 de maio de 2010

sexta-feira, 7 de maio de 2010

quinta-feira, 6 de maio de 2010

(17) Auto-confiança...

"É preciso termos persistência e acreditarmos que tudo só depende única e exclusivamente, da nossa capacidade. Precisamos apostar em nós mesmos e confiar na nossa força de luta; a vida proporciona-nos desafios e é preciso saber enfrentá-los, e se ao acaso do destino surgirem obstáculos, eles existem para serem superados... E, deixar-se abater no primeiro equívoco, é ser desproporcional às conquistas merecidas. Por isso, sê sempre persistente nos desafios, encara-os de frente usando sempre a tua perseverança e o optimismo como parceiros inseparáveis nessa batalha... Se surgiram horizontes, é porque existe uma meta a ser alcançada, e isso, só depende de ti. Lembra-te que todos os que conseguiram... tentaram!!!"

terça-feira, 4 de maio de 2010

(16) Amigos são como o vento...

Amigos são como o vento...
É impossível prendê-los entre as mãos...
Segurando-os com ilusão.

Eles às vezes têm outra direcção,
Um caminho que não é o nosso...
Amigos são como o vento...
Ás vezes “furacão“,

Invadindo nossas vidas...
Ás vezes “brisa“,

Acariciando nossa alma.
Amigos...

Amigos, são como o vento...
Ás vezes perto,

Ás vezes longe...
Mas eternamente no nosso coração!

quarta-feira, 28 de abril de 2010

(15) Abraço...

De repente , num momento,

Deu-me vontade de um abraço...
Uma vontade de entrelaço,

De proximidade ... de saudade,

De amizade, sei lá !
Talvez um aconchego amigo,

Que enfatize o sonho e a vida

E suavize as dores ...

Que fale sobre os amores,

Seja afectuoso, sereno

E ao mesmo tempo forte ...
Deu-me vontade ,

De poder ter saudade de um abraço.
Um abraço que eternize o tempo

E preencha todo o espaço.

Não sei como...

Só sei que agora ,

Deu-me vontade desse abraço.

sábado, 24 de abril de 2010

(14) Não tenho Tempo...

(13) Querer...

São lágrimas que rolam
Por uma face já desgastada.
E aquela saudade
Que teima em voltar
E aquele sentimento
Que não quero esquecer.
E cada vez que "não te vejo",
Cada vez que te falo,
Mais me faz querer estar contigo.
Querer entregar-me aos teus carinhos,
Ao teu sentimento
Que tão forte se tornou
E é a minha razão de viver.
É a ele que vou buscar forças...
Forças para te "sentir" cada vez mais
Para vencer o que a vida me quer trazer.
Mas sabes ........
Não... não sabes
Não sabes o que é
Deitar a cabeça na almofada
E sonhar contigo...
Comigo...
E sem te poder dizer :
- "És a minha razão de ser".

terça-feira, 20 de abril de 2010

(12) É a Vida...

Já perdoei erros quase imperdoáveis,
Tentei substituir pessoas insubstituíveis
E esquecer pessoas inesquecíveis.
Já fiz coisas por impulso,
Já me decepcionei com pessoas
Que eu nunca pensei que me iriam decepcionar,
Mas também já decepcionei...
Já abracei pra proteger,
Já dei risadas quando não podia,
Fiz amigos eternos,
E amigos que eu nunca mais vi.
Amei e fui amado,
Mas também já fui rejeitado,
Fui amado e não amei.
Já gritei e pulei de tanta felicidade,
Já vivi de amor e fiz juras eternas,
E caí muitas vezes!
Já chorei a ouvir música e a ver fotos,
Já liguei só para ouvir uma voz,
Apaixonei-me por um sorriso,
Já pensei que fosse morrer de tanta saudade
E tive medo de perder alguém especial (e acabei por perder).
Mas vivi!
E ainda vivo!
Não passo pela vida...
Sem deixar marcas...

segunda-feira, 12 de abril de 2010

(9) Vale a pena...

Abro-me ao novo tempo...
Não me importo se ele vai trazer
lágrimas ou tormentos,
pois se não há vida bela, belos são os momentos
que hei-de levar da estação dos amores,
que floresceram em primaveras
ainda que em outonais cores,
mas sempre a desfolharem alento.
Vale a pena o instante onde cabe tanto
em tão pouco espaço,
quem sabe, o de um quarto.
Valem as chegadas apesar das tristes partidas.
Valem os amores que como o perfume de flores
de algum modo pousam onde antes haviam dissabores.
Tudo o mar devolve e um dia o amor maior volve
nas areia brancas da esperança.
E, por isso mesmo, vale a pena ousar como criança.
Se assim não for, melhor morrer,
porque mortos já estão os que em solidão
vivem em resguardos vãos
temendo demais...
o que vale a pena viver.

sábado, 3 de abril de 2010

(8) A Viagem...

Em algum lugar destas terras,

Há um doce olhar só para ti...

Um olhar especial,

De alguém especial de distantes origens...

Um olhar de um justo coração que pulsa só a vida,

Que sorri ...

Porque ama plenamente sem julgamentos,

Preconceitos, nem distinções.

Hoje, como ontem, longe desses céus,

Há um encantado olhar só para ti...

E nesse olhar vai para ti a magia da luz,

A simplicidade do perdão,

A força para comungar uma vida.

Hoje, de algum lugar dentro de ti,

Alguém que te ama muito,

Diz-te que valeu a pena ter estado nestas terras,

Sob estes céus, falando de paz, união, amor, perdão.

Poder sentir a força que te faz sorrir

E continuar o caminho...

Que um dia aquele doce olhar se iniciou para ti.

Tudo isso, só para saberes que a vida continua...

E que a morte, é apenas uma viagem...

...Por ti viajaria para sempre.

segunda-feira, 29 de março de 2010

quarta-feira, 24 de março de 2010

(6) É tempo...de partir !

-É tudo uma questão de tempo!
Descompassa-se a vida,
Temporiza-se o futuro,
Questiona-se o presente!
E o passado...
É um tempo sem futuro
E a vida,
É um tempo sem medida.
-Que futuro, nesta vida desmedida,
Quando é tempo
De nos colocarmos questões,
Se tudo é uma questão de tempo?
É tempo...temporariamente,
De dar tempo a essa lágrima.
Pois se até o sol
Já cansado de brilhar,
Dá um tempo de compasso
À noite que quer voltar!
Mas há tempo...muito tempo!
E tenta-se sempre voltar a tempo,
Mas há tempos...
Que já não voltam.
-É tudo uma questão de tempo!
Por agora,
-É tempo...de partir!...

terça-feira, 23 de março de 2010

(5) Despedida...

Acordei esta manhã
Sentindo a cama fria de lágrimas;
Gostaria de poder dizer-te,
“A culpa é tua...”
Mas na minha frustração
Sinto-me culpado ainda mais.
Estou só !...
Que vou dizer-te ?
Não bastarão as minhas lágrimas a confessá-lo ?
Gostaria de poder dizer-te,
“Adoro-te...”
Mas perco-me no meio das palavras,
E tenho medo.

Escuta o que diz o meu olhar,
Tenta penetrar o meu silêncio
E o que ele te grita a todo o tempo,
Mas não esqueças as palavras que eu te digo.

Alguém me chama dentro de mim...
O melhor é partir
Levando comigo apenas o sonho que tu sabes...
Mas não te esqueças,
“Os velhos amores nunca morrem!
Apenas se vão apagando na saudade
E na saudade acabam por voltar !”

Quando abrir as veias vou gritar um sonho :
“Quero viver” !!
O preço da vida é sempre difícil
Quando temos de morrer sozinhos
E por cada sonho apagado, é mais um grito que nos foge.
Terá alma a amizade ?
Saberá dos que vivem e morrem sózinhos,
De mãos estendidas,
Como que esperando ainda uma palavra que nunca ouviram ?

Eu só queria dizer-te Adeus.
Desculpa !...
Eu sei que pedi demais á tua amizade,
Mas dei-te tudo...
E agora,
Não tenho ninguém na vida a quem me dar.

Adeus !...
No fundo o problema é que :

“Os amores não podem encontrar-se
Como pontes sobre águas agitadas...”

sábado, 20 de março de 2010

(4) Procuro...

Procuro a tua ternura,
Os teus olhos, o sol por nascer.
Olho um pássaro no bosque.
Procuro...
O ar que me traga a tua respiração quente.
A juventude ficou lá.
A voz que nunca mais ouvi.
O chão onde pisam os teus pés.
Procuro...
Procuro-te…
Chamo... por ti.
Onde andarás?
Penso em ti!
E o calor percorre o meu corpo
Quando te procuro.
Algo em mim renasce.
O perto, o longe, a distância, a lembrança.
Não há diferença quando se ama.
Quero encontrar-te
Antes que a morte me encontre!...

(3) Viagem...

Em algum lugar destas terras,
Há um doce olhar só para ti...
Um olhar especial,
De alguém especial de distantes origens...
Um olhar de um justo coração que pulsa só a vida,
Que sorri ...
Porque ama plenamente sem julgamentos,
Preconceitos, nem distinções.
Hoje, como ontem, longe desses céus,
Há um encantado olhar só para ti...
E nesse olhar vai para ti a magia da luz,
A simplicidade do perdão,
A força para comungar uma vida.
Hoje, de algum lugar dentro de ti,
Alguém que te ama muito,
Diz-te que valeu a pena ter estado nestas terras,
Sob estes céus, falando de paz, união, amor, perdão.
Poder sentir a força que te faz sorrir
E continuar o caminho...
Que um dia aquele doce olhar se iniciou para ti.
Tudo isso, só para saberes que a vida continua...
E que a morte, é apenas uma viagem...
...Por ti viajaria para sempre.

sexta-feira, 19 de março de 2010

(2) Amanhã pode ser tarde!

Ontem?...Isso faz tempo!...
Amanhã?...Não nos cabe saber...
Amanhã pode ser muito tarde...
Para dizeres que amas,
Para dizeres que perdoas,
Para dizeres que desculpas,
Para dizeres que queres tentar de novo,
Amanhã pode ser muito tarde
Para pedires perdão,
Para dizeres: desculpa-me,
O erro foi meu!
O teu amor, amanhã, pode já ser inútil;
O teu perdão, amanhã, pode já não ser preciso;
A tua volta, amanhã, pode já não ser esperada;
A tua carta, amanhã, pode já não ser lida;
O teu carinho, amanhã, pode já não ser necessário;
O teu abraço, amanhã, pode já não encontrar outros braços...
Porque amanhã pode ser muito...muito tarde!
Não deixes para amanhã, para dizer: Eu amo-te!!
Estou com saudades de ti!
Perdoa-me!
Desculpa-me!
Esta flor é pra ti!
Tu estás tão bem!
Não deixes para amanhã
O teu sorriso,
O teu abraço,
O teu carinho,
O teu trabalho,
O teu sonho,
A tua ajuda.
Não deixes para amanhã, pra perguntar:
Por que estás triste?
O que há contigo?
Hei, vem cá, vamos conversar?
Onde está o teu sorriso, ainda tenho chance??
Já percebeste que eu existo?
Por que não começamos de novo?
Estou contigo!
Sabias que podes contar comigo?
Onde está a tua garra?
Lembra-te:
Amanhã pode ser tarde...muuuuuuito tarde!
Procura!
Vái atrás!
Insiste!
Tenta mais uma vez!
Só hoje é definitivo!
Amanhã pode ser tarde...e tarde demais!

domingo, 14 de março de 2010